Depois de 90 dias afastado do Senado, beneficiado por uma licença-prêmio, o ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, voltará ao trabalho no próximo dia 28, segundo informou à Agência Estado a Primeira Secretaria do Senado.
Agaciel Maia foi nomeado diretor do Senado na primeira das três vezes que o senador José Sarney (PMDB-AP) presidiu a Casa e ficou no cargo por 14 anos. Em março deste ano, foi exonerado da função por Sarney, sob acusação de ter ocultado da Justiça uma casa avaliada em R$ 4 milhões, no Lago Sul, bairro nobre de Brasília.
Logo após ter sido afastado da função de chefia, Agaciel Maia pediu transferência para o Instituto Legislativo Brasileiro (ILB) e meses depois, em junho, pediu licença do trabalho.
Como servidor efetivo, com cargo de analista legislativo, Maia recebe R$ 9.580,50 de salário e mais R$ 1.651,21 de gratificação inerente ao cargo, correspondente a função comissionada nível 7 (FC7). De acordo com a Primeira Secretaria antes, como diretor-geral, ele tinha FC-10, de R$ 2.476,81.
Maia responde a processo administrativo no Senado por ter mantido em sigilo atos administrativos que foram editados para nomear aliados políticos, aumentar rendimentos e criar cargos. Ao final do processo, ele poderá sofrer sanções que variam de advertência, multa ou demissão.
A Polícia Legislativa também investiga Agaciel Maia pelo crime de inserção de dados falsos em sistema de informação de órgão do serviço público. A pena para esse delito varia de dois a 12 anos de reclusão.
Neste processo, Maia é acusado de nomear, por ato secreto, uma servidora para o gabinete do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) sem autorização do parlamentar.