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Aeroporto por turismo na Coruripe de Beltrão

A 90 quilômetros de distância de Maceió, no litoral sul de Alagoas, Coruripe é berço do ministro do Turismo. Marx Beltrão (MDB) já foi prefeito da cidade, que hoje é administrada pelo tio dele e colega de partido, Joaquim Beltrão (MDB). A parceria entre os dois resultou, somente ano passado, na promessa de R$ 4,4 milhões em repasses para projetos que, no papel, vão desde recuperação de estradas até a criação de um aeroporto para fomentar o turismo.

Na prática, porém, o que se vê é que há muito o que fazer para tornar a cidade um polo turístico. No lugar previsto para receber o aeroporto, um terreno que pertenceu ao usineiro e ex-deputado federal João Lyra (PTB-AL) – e chegou a ser ocupado por trabalhadores rurais sem-terra depois que o parlamentar decretou falência -, uma biruta deteriorada e uma velha torre de comando denunciam o antigo campo de pouso usado por monomotores para pulverização agrícola.

Poucos em Coruripe sabem do projeto de construção de um aeroporto ali. Nem o gerente municipal de Turismo, Manoel Otávio Marques Luz, o Tavico, conhece detalhes do projeto. “Já ouvi falar, mas não sei detalhes sobre volume de recursos destinados à obra.”

No cargo desde o mês passado, depois que o turismo perdeu o status de secretaria, Tavico, que também é empresário do setor hoteleiro, se disse chateado pela falta de divulgação das belezas turísticas de Coruripe, cidade de 52 mil habitantes e banhada por 53 quilômetros de mar. “O litoral sul alagoano é muito mais bonito que o litoral norte”, provocou. “No entanto, recebemos muito menos atenção do governo do Estado.”

Sem divulgação, o turismo da região vive períodos de altos e baixos, atraindo a atenção de turistas locais vindos, na maioria, de Arapiraca – a 127 quilômetros de Maceió – e de Aracaju (SE). A cidade tem 200 leitos espalhados por 22 pousadas e hotéis, mas sofre com a falta de sinalização turística.

A consequência disso é a baixa taxa de ocupação hoteleira, mesmo na alta temporada, que vai de novembro a março. “A exceção é janeiro, que geralmente registra um índice alto”, afirmou a empresária Carolina Malta, sócia de Tavico em uma pousada de Coruripe.

Quem vive do turismo vê na pavimentação da estrada que liga o bairro do Pontal do Coruripe à Lagoa do Pau, dois dos principais pontos de visitação na região, uma chance de atrair mais hóspedes. A obra, iniciada pelo governo federal em junho de 2015, ainda na gestão de Dilma Rousseff, deveria ter ficado pronta seis meses depois. Para concluí-la, o ministro Marx Beltrão destinou R$ 3 milhões. Apesar disso, dos cerca de 3 quilômetros que separam um ponto do outro, apenas 500 metros foram asfaltados até agora.

Guia

Sem divulgação e investimentos, a guia turística Maria Barbosa dos Santos Arcanjo, responsável pelo terminal turístico instalado pelo município no Pontal do Coruripe, se vira como pode. Vale-se, para isso, de umas folhas de papel A4 encadernadas que trazem informações sobre os pontos turísticos da região. De tanto uso, o material já está desgastado e o último mapa turístico impresso foi oferecido à reportagem. “Uma relíquia”, disse, antes de entregar o material. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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