O pré-candidato do PSDB ao Planalto e presidente nacional do partido, senador Aécio Neves (MG), decidiu que a legenda vai apoiar o nome indicado pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos na disputa no Estado nordestino. A medida visa a evitar um confronto com o pré-candidato do PSB e, com isso, facilitar um acordo para um eventual segundo turno entre o tucano e a presidente Dilma Rousseff.

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A decisão pelo apoio do PSDB pernambucano ao ex-secretário Paulo Câmara deve ser sacramentada na segunda-feira, quando Aécio desembarca em Recife para uma série de encontros políticos. Prováveis rivais na disputa por uma vaga no segundo turno contra Dilma, Aécio e Campos haviam selado no ano passado um “pacto de não agressão” em suas bases eleitorais. Pelo acerto, o PSB apoiaria o PSDB em Minas e receberia apoio tucano em Pernambuco.

No começo de maio, porém, Campos passou a articular a candidatura do deputado Júlio Delgado (PSB) ao governo mineiro. O movimento fez com que Aécio deixasse o deputado estadual tucano Daniel Coelho de “prontidão” para ser lançado candidato a governador em Pernambuco.

Redução de danos. Nas eleições municipais de 2012, Coelho foi a grande surpresa na disputa no Recife. Com mais de 240 mil votos, terminou em segundo lugar, superando o senador petista Humberto Costa. O eleito foi Geraldo Júlio, apoiado por Campos. “A estratégia (de apoiar o PSB) tem o olhar no segundo turno”, disse Coelho.

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Segundo o deputado, a falta de um palanque para Aécio em Pernambuco será relativizada pelo “engajamento” dos candidatos a deputado estadual e federal. Reservadamente, porém, tucanos do Estado dizem que uma candidatura própria a governador teria um efeito colateral perigoso: reduziria drasticamente a chance de o PSDB eleger deputados no Estado. A sigla, que tem estrutura frágil na base de Campos, só tem um deputado federal oriundo do Estado na Câmara.

Sem mágoas. Aécio ainda tem esperança de reverter a decisão do PSB de lançar candidato em Minas. Seu principal aliado nessa missão é Marcio Lacerda, prefeito de Belo Horizonte e principal nome do partido no Estado. “Qualquer candidatura do PSB em Minas teria uma dificuldade enorme de combater um governo do qual ele faz parte”, afirmou o tucano na segunda-feira, após debate com empresários em São Paulo.

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“Mesmo que isso ocorra (o rompimento), não cobrarei recíproca na mesma moeda.” A decisão final em Minas será tomada até o fim do mês, na convenção estadual do PSB. Além de Júlio Delgado, a Rede Sustentabilidade, grupo político da pré-candidata a vice-presidente Marina Silva que atua dentro da sigla, apresentará o nome do ambientalista Apolo Heringer. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.