O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, vai usar a reunião do Conselho Deliberativo da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), marcada para segunda-feira (6), em Montes Claros (MG), como mais uma vitrine para se apresentar aos partidos governistas e de oposição como a alternativa que mais agrega apoios fora do PSDB. Não bastasse a presença de mais 10 governadores (os nove do Nordeste e o do Espírito Santo) que juntos representam 40% do eleitorado nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também resolveu prestigiar o anfitrião Aécio: transferiu para lá o ato de assinatura do decreto que regulamenta as Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs).

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Será uma solenidade pomposa, para a qual Lula fez questão de convidar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), criador do programa das ZPEs duas décadas atrás, quando esteve à frente da Presidência da República. Mas a presença do senador tem significado político duplo, pois as ZPEs foram ignoradas durante os oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso. O programa ainda esbarrou sempre na oposição do governador de São Paulo, José Serra. Assim como Lula vê em Serra seu maior adversário na sucessão de 2010, Sarney o mantém na lista dos grandes desafetos. Bem diferente de Aécio, que quer disputar com Serra as prévias tucanas, na condição de candidato pós-Lula, e não anti-Lula.

Empenhado em fortalecer o governador mineiro na disputa interna pela candidatura presidencial tucana, o PSDB local exultou com o “upgrade” que a participação do presidente Lula vai conferir à primeira reunião do conselho deliberativo da Sudene em 2009. A avaliação predominante entre os tucanos de Minas é que o encontro terá forte viés eleitoral e que, por isso mesmo, Aécio deve aproveitar a oportunidade para fortalecer e exibir seus laços com o Nordeste, que reage à hegemonia paulista.

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