O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), atribuiu à queda nas pesquisas de intenção de votos divulgadas nos últimos dias “o nervosismo” da presidente Dilma Rousseff exibido nesta quarta-feira, no Planalto. Aécio é pré-candidato à Presidência da República no ano que vem. Durante cerimônia de lançamento de um programa para beneficiar quem adquire imóveis do projeto Minha Casa, Minha Vida, a presidente acusou indiretamente a oposição de “leviandade política” por ter afirmado no início do ano que o País teria uma crise energética e por insistir que a inflação está fora de controle.
“A presidente não se deve deixar impactar tanto apenas por uma queda nas pesquisas eleitorais. Faz parte do processo político. Acho que isso não deve afetar o humor da presidente, porque as pesquisas oscilam. O que o Brasil espera é serenidade e firmeza para fazer, infelizmente, o que não foi feito até aqui: planejar o Brasil. O enfrentamento dos problemas que ocorrem no Brasil é de responsabilidade da presidente”, afirmou o senador Aécio Neves. Para ele, “o pior dos caminhos” é não fazer o diagnóstico correto, porque leva a decisões equivocadas.
Lembrado de que a presidente não só havia responsabilizado a oposição por fazer o discurso que, na opinião dela, não é contrário ao governo, mas ao Brasil, Aécio respondeu: “É preciso então que ela explique às famílias brasileiras que tiveram um aumento de 14% na inflação de alimentos nos últimos 12 meses que isso foi apenas um crescimento virtual. Ou que explique as contas públicas brasileiras aos organismos internacionais, às agências de risco internacionais, que não está havendo uma deterioração rápida das contas públicas.”
No discurso que fez durante a cerimônia do Minha Casa, Minha Vida, Dilma comparou ainda a oposição ao Velho do Restelo, personagem do poema épico português “Os Lusíadas”, de Luís de Camões. De acordo com o poema, o velho olhou a partidas das naus de Vasco da Gama para as Índias e proclamou: “Não vai dar certo, não vai dar certo”. Para a presidente, o Velho do Restelo não vencerá.
