O ex-deputado Pimenta da Veiga será o candidato do PSDB ao governo de Minas Gerais. A escolha do nome dele foi decidida pelo presidente do partido, Aécio Neves, num arranjo que amarra o PP de Minas ao candidato tucano à Presidência. A vice na chapa de Pimenta será o deputado Dinis Pinheiro (PP), atual presidente da Assembleia. O PP é o terceiro maior partido da base aliada da presidente Dilma Rousseff. O governador Antonio Anastasia disputará o Senado.

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Oficialmente, o nome do candidato a governador só será anunciado no dia 20 de fevereiro, enquanto a decisão de Anastasia de deixar o governo para se candidatar a senador será sacramentada em março. Na movimentação das peças do xadrez mineiro, feita esta semana por Aécio, Pimenta da Veiga e o deputado Marcus Pestana deverão continuar a percorrer o Estado de Minas Gerais como pré-candidatos. Numa entrevista concedida nesta sexta-feira, 10, em Minas, Aécio disse que o candidato ao governo ainda não está escolhido.

Não é isso, no entanto, o que ficou acertado nas várias reuniões que Aécio teve com os que vão integrar a chapa. Na segunda-feira, 6, ele se reuniu durante a noite com o governador Anastasia, quando acertou a saída deste do governo e a candidatura ao Senado. Nos dias seguintes, Aécio esteve com Pimenta e com Pestana. Nos encontros, o candidato tucano à Presidência expôs a situação da política nacional e mineira. E exibiu os argumentos segundo os quais o melhor para o projeto do PSDB é a candidatura de Pimenta da Veiga.

Eis as razões de Aécio: pela primeira vez o PT tem um candidato competitivo ao governo do Estado, o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio). Se o PSDB errar, Pimentel pode vencer a eleição. Nesse caso, poderia tirar milhões dos votos que Aécio pretende conseguir à frente de Dilma Rousseff na eleição presidencial, entre 3 milhões e 4 milhões.

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Por isso, na opinião do presidente do PSDB, uma chapa que tenha um tucano na disputa para o governo – Pimenta da Veiga -, o vice do PP, e o candidato a senador tido como imbatível, caso de Anastasia, poderá evitar uma migração de votos pró-Dilma. Ele lembrou àqueles com os quais conversou que Dilma está fazendo de tudo para tirar um pouco a diferença de votos que poderá ter a seu favor. Por isso, ela não sai de Minas. Por isso, carrega Fernando Pimentel a tiracolo. Por isso, Pimentel a representa em cerimônias oficiais para qualquer coisa.

Quanto a Pimenta, Aécio avaliou que o fato de estar há 10 anos fora da política de Minas Gerais não atrapalha, até ajuda. Na opinião de Aécio, quando foi às ruas, em junho, a população mostrou seu desagrado com os políticos conhecidos. E ele só dispunha para disputar o governo de Minas, no momento, do deputado Marcus Pestana, do vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP) e do presidente da Assembleia, Dinis Pinheiro, todos muito conhecidos.

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Desde então, convenceu Pimenta da Veiga a se fazer presente em Minas. Afinal, tinha sido prefeito de Belo Horizonte muito bem avaliado. Além do mais, o voto em Minas é conservador. E Pimenta, ao contrário de Marcus Pestana, que já foi do PC do B, encarna esse tipo de candidato.

Pimenta da Veiga se fez presente em Minas Gerais a partir do início do segundo semestre. Mais do que se apresentar à população, era preciso se mostrar aos políticos. Tem comparecido a todas as inaugurações de obras do governador Anastasia, frequenta cerimônias de batizado e esteve presente nas festas de fim de ano. Tornou-se, assim, o candidato ao governo do Estado numa disputa interna pouco acirrada, que contempla planos para agora e também para 2018.