Em campanha em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, o candidato à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB), distribuiu ataques a suas principais concorrentes: Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB). A primeira acabou sendo a mais visada, mas a outra também não foi poupada. “Ela (Marina) é bem intencionada, mas cheia de contradições”, afirmou.
Aécio chegou à cidade por volta das 15h30 e concedeu entrevista no aeroporto local, antes de partir em carreata pelas ruas centrais. “Hoje ela fala que se preocupa com a inflação e vai tratar de enfrentá-la, mas há pouco tempo estava dentro do PT combatendo o Plano Real, que acabou com a inflação” afirmou ainda sobre Marina.
Ele falou também que hoje Marina acena para o agronegócio, mas ontem tentou inviabilizá-lo. “Hoje ela demoniza o PT e antes estava dentro dele e não foi pouco, foram 20 anos”. Os ataques do tucano também foram direcionados à Dilma Rousseff e sua política econômica.
“Eu anunciei com antecedência que será o ministro da Fazenda para mostrar para onde nos vamos. A presidente Dilma, o máximo que conseguiu foi mostrar ao Brasil quem será seu ex-futuro ministro da Fazenda “, disparou.
Questionado sobre as declarações de um diretor do Banco Central que, ao contrário de Dilma, defende a autonomia da instituição, Aécio aproveitou para ir ao ataque outra vez. “No nosso governo, ele (BC) terá liberdade para fazer a política adequada”, garantiu.
Para ele, estamos tendo de conviver com uma “visão patrimonialista atrasado do governo do PT. “A Polícia Federal investiga porque é esse o seu papel constitucional, mas infelizmente ela está hoje sucateada”, afirmou se referindo às declarações de Dilma de que a polícia nunca investigou tanto.
“O governo do PT acha que o Estado lhe pertence, por isso, temos de encerrar esse ciclo que tão mal faz ao Brasil”. Segundo ele, as obras prometidas agora por Dilma são as mesmas de quatro anos atrás. “Essas obras não acabaram porque o governo não tem capacidade de gestão”.
Debate
Sobre o encontro entre os candidatos realizado na noite deste domingo, 28, na TV, Aécio disse ter dado chance de a presidente mostrar suas propostas. “Dei oportunidade para explicar o que vai fazer na segurança pública, mas nem ela sabe”.
Para ele, foi um debate sobre ideias e propostas. “Mostrei de forma muito prática que temos um projeto para o Brasil. Nenhuma outra candidatura, incluindo a da presidente da República, tem como melhorar as condições do país gerando emprego”.
Questionado sobre as declarações de Levy Fidelix, de que teria sido homofóbico no debate, primeiro Aécio não respondeu. Indagado de novo sobre o motivo de fugir da pergunta, ele se irritou. “Eu falo primeiro o que achar mais relevante”. E em seguida respondeu: “Foi uma participação absolutamente sem sentido e equivocada de um candidato e sobre aquilo que nós condenamos. Homofobia é crime e assim tem de ser tratada”.
Perguntado então porque não respondeu isso durante o debate, ele se defendeu: “Não era a minha vez de falar, não tinha como responder no debate, por isso, estou me manifestando para você aqui”.