O ex-governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), disse hoje que uma eventual derrota do tucano Antonio Anastasia na sucessão estadual pode representar também a derrota de um futuro projeto presidencial por ele liderado. Ele esteve em campanha em Itajubá, no sul mineiro.
Pela primeira vez desde o início da campanha, Aécio, candidato ao Senado, vinculou o resultado da disputa pelo Palácio Tiradentes à hipótese de, na volta ao Congresso, se firmar como liderança nacional do partido e futuramente voltar a pleitear uma candidatura à Presidência.
Na véspera de mais uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Estado – Lula fará comício em Juiz de Fora, na Zona da Mata, ao lado da presidenciável do PT, Dilma Rousseff, e do candidato da base aliada em Minas, Hélio Costa (PMDB) -, Aécio disse que a eventual derrota de Anastasia “seria a vitória de interesses externos a Minas Gerais”.
A estratégia de nacionalizar a campanha estadual foi deflagrada pela campanha de Costa, que aposta na popularidade de Lula como cabo eleitoral e no avanço da candidatura de Dilma no segundo colégio eleitoral do País, pregando o alinhamento político entre Estado e governo federal.
Ao ser questionado se não se sentia decepcionado por não ter conseguido se viabilizar como candidato à Presidência, Aécio afirmou que é preciso “pensar no futuro” e trabalhar pela reeleição do atual governador. “Minas tem que continuar avançando”.
Na pesquisa Ibope divulgada na última segunda-feira, Anastasia abriu nove pontos porcentuais de vantagem sobre Costa e aparece com 41% das intenções de voto, contra 32% do peemedebista. Conforme o levantamento, o tucano seria eleito no primeiro turno. A pesquisa foi contestada por Costa.
Erenice
Aécio foi sucinto ao comentar a saída de Erenice Guerra do Ministério da Casa Civil em meio a denúncias de tráfico de influência na pasta. “É preciso que as apurações sejam feitas e punidos os responsáveis”, afirmou o ex-governador.
Ele, contudo, classificou como “gravíssimas” as acusações envolvendo o governo Lula. “O próprio governo federal e os partidos que estão lá devem ter a responsabilidade de não deixar dúvidas em relação à sociedade brasileira, se pactua ou não com esses atos descabidos muito próximos à sede do governo federal”, disse.
Em Belo Horizonte, ao falar sobre o pedido de demissão da ministra, Anastasia disse que durante o governo do PT no âmbito federal “não houve o prestígio da profissionalização e da meritocracia.” Coordenador do chamado choque de gestão do governo Aécio, o atual governador tucano avaliou que a saída de Erenice “demonstra de fato que a situação é grave” e “possivelmente” afetará a campanha de Dilma.