Pouco antes de ser homenageado com o título de Cidadão Honorário da Bahia, oferecido pela Assembleia Legislativa nesta tarde, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), defendeu que, dos recursos obtidos da extração de petróleo na camada pré-sal, seja criado um fundo para investimento exclusivo em saúde e educação. O tucano sugeriu também que parte desses recursos seja repassada diretamente a Estados e municípios.

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“Na constituição desse fundo seria muito importante que uma parcela expressiva dele fosse destinada aos Estados e municípios, que constituiriam também seus fundos, fiscalizados pela União e pelos Tribunais de Contas, para investimentos nessas áreas”, propôs. “O que se investe no local se investe com muito mais transparência e com muito mais eficiência.”

De acordo com o governador mineiro, a ideia precisa ser debatida com seus colegas antes de ser formalmente apresentada. “É uma proposta nova, que quero aprofundar com outros governadores – o que já fiz hoje com o Jaques Wagner (PT)”, afirma. “Não adianta centralizar esses recursos na mão da União para que eles continuem servindo, por exemplo, para a constituição de superávit primário.”

Para Aécio, a centralização dos recursos tributários pelo governo federal é “um dos mais graves problemas do Brasil de hoje”. “Cerca de 70% do que se arrecada no País está na mão da União”, reclamou. “Um País com dimensões continentais como o nosso não pode ser administrado, independente do partido que estiver no poder, de forma tão centralizada. Jamais tivemos uma tão perversa concentração como esta”, criticou.

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De acordo com Aécio, as quatro propostas relativas à exploração da camada pré-sal encaminhadas pelo governo ao Congresso são “positivas, mas podem ser melhoradas” e ele voltou a afirmar não ver sentido no pagamento de royalties aos Estados produtores – aos quais se referiu como “Estados mais próximos” dos campos – por eles não serem afetados social ou ambientalmente com a exploração.