Aécio ataca ‘aparelhamento e compadrio’

A tradicional cerimônia de entrega da Medalha da Inconfidência transformou nesta segunda-feira a Praça Tiradentes, em Ouro Preto, em palanque para o pré-candidato à Presidência pelo PSDB, Aécio Neves.

A convite do governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho (PP), Aécio foi o orador oficial da cerimônia, que ele mesmo chamou de “a mais importante tribuna de Minas” e aproveitou a oportunidade para fazer um discurso de candidato no qual defendeu um novo pacto federativo, uma reforma política e, sem citar nomes, fez fortes ataques ao governo e ao PT. “O País nos cobra, exausto e indignado, a necessidade de uma reforma política, onde não haja qualquer espaço para a conivência, aparelhamento, compadrio e os desvios de conduta e a corrupção endêmica que tomou de assalto o Estado nacional”, disse o senador tucano.

O tema do evento em 2014 foi os 30 anos da campanha pelas Diretas-Já que Aécio acompanhou ao lado do avô Tancredo Neves. Ao falar da campanha, o senador citou Tancredo, Ulysses Guimarães, Teotônio Vilela, Leonel Brizola (fundador do PDT, partido do qual o mineiro tenta se aproximar) e Miguel Arraes, avô do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, pré-candidato à Presidência pelo PSB. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também teve papel determinante na campanha pelas Diretas-Já, foi esquecido.

Aécio aproveitou a efeméride da morte de Tancredo, no dia 21 de abril de 1985, para dizer que a “Nova República boa parte restou intocada” e listar os avanços e carências do País nas últimas três décadas.

‘Escândalos’. Depois de enaltecer o combate à inflação promovido pelo tucano Fernando Henrique Cardoso e pelo mineiro Itamar Franco, o pré-candidato tucano disse que os progressos sociais das últimas décadas são obra de “vários líderes” e partiu para as críticas ao governo federal. “O País rechaça de forma vigorosa os escândalos em série e intermináveis que nos humilham como povo”, afirmou. Pouco antes, em entrevista coletiva, Aécio disse que vai “fazer plantão” nesta terça-feira em Brasília à espera da decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, sobre a instalação da CPI da Petrobras.

Outro ponto central do discurso do tucano foi a criação de um novo pacto federativo que garanta o crescimento equânime entre as regiões e reduza a dependência de prefeitos e governadores do que chamou de “ferrolho do poder central”. “O País anseia por justiça tributária, por um novo pacto federativo”, disse.

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