Claudio Dalledone Junior, o novo advogado de defesa de Edenilson Ferry, o Tôca, presidente do Sindicato dos Servidores do Legislativo (Sindilegis,) cogitou na manhã desta terça-feira (8) a possibilidade de que as escutas telefônicas encontradas na Assembleia Legislativa do Paraná nos últimos dias tenham sido autorizadas judicialmente. Até agora, os grampos telefônicos são considerados ilegais.

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A suposição do advogado parte da série de investigações deflagrada em 2010 e que se debruçou sobre o esquema montado pela antiga direção da Assembleia para o cadastramento de funcionários fantasmas e o desvio de verbas milionárias da Casa. “Pela forma como as escutas foram instaladas, causa a impressão de que havia uma investigação em curso e que esses aparelhos poderiam ter sido autorizados, já que a administração anterior da Assembleia sofria suspeita de vários desvios”, diz Dalledone Junior.

Para ele, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) ou o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) poderiam ser oficiados para informar se tal investigação de fato existia. “Hoje a tecnologia está aí para auxiliar as apurações policiais e a investigação poderia estar ocorrendo sob sigilo absoluto”, completa o advogado.

No entanto, até o momento não apareceram indícios de que isso realmente aconteceu. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que comanda as investigações de desvio da recursos na Assembleia, por exemplo, garantiu que nunca pediu nem executou escutas na Casa.

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Afastamento

Ontem à tarde, Ferry pediu afastamento da presidência do Sindilegis. O licenciamento aconteceu uma semana depois de Ferry ter sido demitido da função de segurança da Assembleia, assim como todos os outros antigos servidores do setor, a maioria em cargo de comissão. A partir da entrada da Polícia Militar na Assembleia, chamada para reforçar a segurança, Ferry e o novo presidente da Casa, deputado Valdir Rossoni (PSDB), começaram a trocar acusações. “Formalmente, Ferry não é acusado de nada, nem pelas escutas telefônicas nem pelas ameaças recebidas por integrantes da Assembleia. Ele está vivendo uma crise de imagem e, para não prejudicar os outros servidores do sindicato, ele resolveu deixar a presidência do Sindilegis ontem à tarde”, justificou Dalledone. 

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