João de Noronha / GPP
João de Noronha / GPP

Governador Roberto Requião: interessado na sucessão nacional, sem esquecer a sucessõ estadual.

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Os partidos estão projetando suas performances eleitorais do próximo ano nas eleições proporcionais com base não apenas no potencial de votos das chapas que estão formando, mas também na capacidade de atração de votos dos seus candidatos ao governo. O PMDB, que aposta na candidatura à reeleição do governador Roberto Requião, embora ele flerte com uma candidatura à Presidência da República, é o mais otimista dos partidos.

A expectativa dos peemedebistas é que das 54 cadeiras de deputado estadual, o partido do governador venha a conquistar vinte vagas. A oposição, formada principalmente por PSDB e PFL, também faz suas contas e planeja ocupar outras vinte cadeiras. Governistas e oposição acham que as quatorze cadeiras restantes seriam disputadas por PT, PPS e outras siglas menores.Tanto nos cálculos de peemedebistas como de seus adversários, um fator está engordando as previsões: a aposta de que o PT irá encolher.

A avaliação é que o partido do presidente da República jamais irá repetir o desempenho da eleição de 2002, quando elegeu nove deputados estaduais e seis deputados federais. "O PT vai cair bastante e isso deve redistribuir as forças no plenário", afirmou o líder do PFL, Plauto Miró Guimarães. O PFL, conforme as estimativas de seu líder, não elegerá menos que sete deputados estaduais e quatro deputados federais. "É bem provável que não façamos coligação nas eleições para a Câmara e Assembléia Legislativa", disse o líder da bancada do PFL, que vê numa aliança entre o seu partido, o PSDB e o PDT a alavanca para ampliar o espaço legislativo em 2006.

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Mas o vice-presidente do diretório do PDT do Paraná, deputado estadual Augustinho Zucchi, faz análises mais cautelosas. "Qualquer previsão agora é inócua. Não temos bases para achar isso ou aquilo. A eleição do ano que vem vai depender, basicamente, dos desdobramentos da crise de agora", afirmou.

Para o deputado pedetista, o desfecho que o Congresso Nacional der ao trabalho das comissões parlamentares de inquérito e como vai tratar seus próprios integrantes envolvidos nas denúncias do mensalão e do financiamento irregular de campanha é que vai ditar o comportamento das urnas no próximo ano. "Se não houver uma resposta por parte das instituições políticas que satisfaça a população, o povo vai passar a gadanha (roçadeira manual em forma de lâmina) nas eleições", avaliou.

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O vice-presidente estadual do PMDB, deputado estadual Nereu Moura, concorda que o desgaste político será distribuído entre todos, mas ressalva que chapas com candidatos bem votados e um puxador de votos na majoritária neutraliza esse efeito.

Donos do espólio

Os deputados do PT aceitam os cálculos dos concorrentes, que apontam para uma queda no desempenho do partido, mas acreditam que o espólio petista não irá exatamente para os peemedebistas, tucanos e pefelistas. "Vamos ter uma redução na nossa bancada, que pode diminuir pela metade. Mas quem vai ganhar com isso são os votos nulos e brancos", disse o deputado Natálio Stica.

Para o deputado Pedro Ivo, que pensa em não concorrer à eleição no próximo ano, o que deve fragilizar o partido é a redução dos votos na legenda, que sempre foi um dos pontos fortes da sigla. Um cálculo, feito por Pedro Ivo, considerando todos esses fatores, aponta que a bancada petista vai ser de no máximo cinco deputados a partir de 2007. O mesmo patamar da legislatura anterior à "onda vermelha" de 2002.