Adur fala demais e se enfraquece no PMDB

Ao estabelecer algumas condições para aceitar a presidência do diretório estadual do PMDB, o ex-secretário de Desenvolvimento Urbano Renato Adur errou em cheio. Do outro lado do Atlântico, na França, onde está desde a semana passada, o governador Roberto Requião (PMDB) foi informado sobre as manifestações de Adur e não gostou do que ficou sabendo. Mandou dizer, por meio de interlocutores, que não aceita nenhum tipo de exigência.   

Em conversas com peemedebistas, nas últimas horas, Requião deixou claro que não admite pressões de ninguém na composição do seu secretariado. E que convidado não impõe condições. Antes de viajar, Requião comunicou a Adur que gostaria de vê-lo na presidência do partido. Ao receber o convite, o ex-secretário disse que aceitaria. Mas depois, passou a defender mudanças na política de comunicação do governo do Estado e propor que sua escolha fosse por consenso. Conforme relatos de peemedebistas ao governador, Adur teria sugerido uma lista tríplice para assumir a Secretaria da Comunicação Social, no lugar de Airton Pisseti. Entre as sugestões de Adur estão o jornalista Nilson Pohl, atual diretor-geral da Secretaria de Obras, e o coordenador de Marketing da Copel, Moacir Boscardin. Ou então que o governador deslocasse o atual secretário da Casa Civil, Rafael Iatauro, para a Comunicação, deixando a coordenação política do governo para o vice-governador Orlando Pessuti.

Outra opinião manifestada por Adur, segundo os peemedebistas, é que Requião substituísse o seu atual assessor de comunicação, Benedito Pires, e colocasse em seu lugar alguém que pudesse ter uma relação mais amigável com o grupo de comunicação formado pela Rede Paranaense de Comunicação e Gazeta do Povo.

Foi a gota d?água para o governador. Refratário a palpites externos sobre seu secretariado, Requião foi taxativo com seus interlocutores: se Adur não quiser assumir o PMDB, que deixe o caminho livre para outros . Porque mexer em secretários é uma prerrogativa sua, como governador, e de mais ninguém.

Para o governador, a competência para avaliar o desempenho de seus auxiliares é dele. E considerou que, ao tentar interferir na escalação do novo secretariado, Adur teria ido além do que determina uma relação de respeito entre correligionários. Conforme fontes do PMDB ouvidas por O Estado, o governador achou que, ao opinar sobre quem deve ficar ou sair do governo, Adur teria desrespeitado o protocolo interno e seus companheiros de partido.

Na próxima terça-feira, dia 5, a executiva estadual do PMDB e as bancadas federal e estadual se reúnem para uma nova rodada de conversas sobre a sucessão no partido, que começa na convenção marcada para o próximo dia 17, quando serão eleitos os novos membros do diretório estadual. E serão eles que escolherão a futura executiva, incluindo o presidente estadual do PMDB, que substituirá o deputado estadual Dobrandino da Silva.

Na reunião, a idéia era fechar a indicação de Adur, mas o descontentamento do governador vai tornar a discussão um pouco mais árdua. Segundo Dobrandino, Adur tinha o apoio da maioria para conduzir o diretório, embora Pessuti e o presidente estadual da Juventude do PMDB, João Arruda, tenham manifestado interesse. 

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