O PMDB pretende sacramentar o nome do ex-secretário de Desenvolvimento Urbano, Renato Adur, para a presidência do partido no Paraná, mesmo depois da crise provocada por exigências do peemedebista para aceitar o cargo. Os peemedebistas decidiram contornar o mal-estar gerado pelas declarações de Adur pedindo mudanças na secretaria de Comunicação do governo como condição para presidir o partido. O assunto seria discutido ontem à noite, em reunião da executiva estadual em Curitiba.
O atual presidente do partido, Dobrandino da Silva, considerou compreensível a irritação do governador Roberto Requião com as posições de Adur. Mas ponderou que estes problemas podem ser superados com uma conversa entre os dois a partir de janeiro do próximo ano, quando o governador pretende desencadear algumas alterações na equipe. ?Se estivesse no lugar do Requião, ficaria do mesmo jeito. Não é assim que as coisas funcionam?, afirmou o deputado peemedebista. Dobrandino observou, entretanto, que as mudanças sugeridas por Adur são as mesmas que outras lideranças do partido defenderam. ?O Adur quer as mudanças que nós queremos. O Requião está indo para o segundo mandato e é salutar mexer em algumas coisas. Talvez, ele tenha errado na forma. Isso de dizer que assume se tirar fulano, não é por aí?, contemporizou o dirigente do partido no Paraná.
O governador ficou irritado com as manifestações de Adur. No final de semana, fez chegar ao secretário seu desagrado com qualquer tipo de pressão ou sugestão, não solicitada, para uma reforma no primeiro escalão.
Conformado
Dobrandino descartou a indicação do vice-governador reeleito Orlando Pessuti para o comando do partido. Disse que conversou com Pessuti, em Foz do Iguaçu, na semana passada, e que o vice-governador concordou que não seria oportuna sua eleição para a presidência do diretório. ?O Pessuti também seria um bom presidente do partido. Mas muitas vezes ele terá que assumir o cargo de governador. Nós queremos na presidência do partido alguém que tenha mais tempo para se dedicar. Tenho certeza que o Pessuti e o Adur entendem?, disse Dobrandino.
Ele afirmou que o próximo presidente estadual do partido terá que dar expediente no diretório para conseguir dar conta de organizar o PMDB para as eleições municipais de 2008. ?Eles são companheiros?, comentou o dirigente peemedebista. Dobrandino disse ainda que o presidente da Juventude do PMDB, João Arruda, será confirmado como o futuro secretário geral do diretório estadual.
Matemática
O vice-governador ainda não definiu um prazo para renunciar à indicação para a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas, para a qual foi indicado em março deste ano. Dobrandino cogita até mesmo um adiamento da nova indicação para fevereiro do próximo ano. O peemedebista lembrou que, dentro de duas semanas, a Assembléia Legislativa deve encerrar os trabalhos desta legislatura e que, dependendo do momento em que Pessuti formalizar sua renúncia, o recesso parlamentar já terá começado.
Dobrandino considera como certa a indicação do atual presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), para o lugar de Pessuti no Tribunal de Contas. ?Matematicamente, está certo. O Hermas vai para lá?, disse. Brandão não quis comentar as declarações do presidente do PMDB.
