Um dos homens acusados de executar com sete tiros, em outubro de 2010, o vereador Evaldo José Nalin (PSDB), de Analândia (SP), morreu ontem após ser atropelado por um carro, em Carapicuíba, na Grande São Paulo. O suspeito, André Picanto, estava com a prisão preventiva decretada e era considerado foragido.
Segundo informações da Polícia Militar (PM), ele seguia para a capital no domingo e teve de parar o carro na margem de uma rodovia para trocar um pneu furado, quando foi atingido por um carro desgovernado. Levado ao Hospital das Clínicas, em São Paulo, acabou morrendo em consequência dos ferimentos. Picanto usava documentos falsos, mas foi reconhecido e seria preso se sobrevivesse.
A morte do vereador é investigada como crime político. Picanto e outro homem ainda não identificado teriam sido contratados para matar Nalin. Ele havia denunciado irregularidades na prefeitura da cidade, administrada há 20 anos por membros da família Perin, e recebeu ameaças. Em novembro, a Justiça decretou a prisão preventiva de Luiz Carlos Perin, o Chiba, acusado de ser o mandante do crime. Chiba é irmão do ex-prefeito e atual chefe de gabinete José Roberto Perin e primo do prefeito Luiz Garbuio (DEM) – ambos negam envolvimento no caso.
A ONG Amigos Associados de Analândia (Amasa) vai pedir que as circunstâncias da morte de Picanto sejam investigadas. “É muita coincidência ele ter sido atropelado por um carro de Rio Claro, a cidade onde morava”, disse Vanderlei Vivaldini Júnior, dirigente da Amasa. Segundo ele, o acusado poderia se transformar em testemunha-chave, incriminando outras pessoas, quando se apresentasse à polícia. “Soubemos que ele pretendia se entregar, mas temia ser morto na prisão, pois sua morte interessava a outras pessoas.” Vivaldini Júnior acredita que a polícia irá se empenhar na identificação e prisão do segundo atirador. “Esclarecer totalmente esse crime tornou-se questão de Justiça”, acrescentou.