Apesar da verticalização das coligações, que desenhou os palanques estaduais a partir da sucessão presidencial, já estão sendo anunciadas algumas parcerias no Paraná que fogem ao esboço partidário original nesta campanha eleitoral. Candidatos de partidos que não se aliaram na disputa nacional e nem na estadual estão fazendo suas alianças informais, escapando à camisa de força imposta pelas cúpulas partidárias. É assim que vão se misturar candidatos proporcionais de uma coligação com os majoritários de outras.
Este cenário ocorre com o PSC, que tem como candidato ao governo, Giovani Gionédis. O partido anunciou que irá apoiar a candidatura de Luciano Pizzatto (PFL), um dos postulantes ao Senado da aliança PSDB-PFL-PSL, cujo candidato ao Palácio Iguaçu é o tucano Beto Richa. O PSC tem uma candidatura ao Senado, da ex-vereadora de Curitiba Nely Almeida. Mas, como são duas vagas disponíveis para o Paraná em Brasília, o partido tomou a liberdade de apoiar o pefelista, representante de uma outra coligação.
Ao mesmo tempo, Pizzatto também não hesitou em dividir o mesmo palanque com o seu concorrente da Frente Trabalhista, o senador Osmar Dias (PDT). Os dois estiveram juntos durante festa de lançamento da candidatura à reeleição do deputado federal Abelardo Lupion, quinta-feira, em Santo Antônio da Platina, onde estava também o deputado federal Rafael Greca (PFL).
O anfitrião ainda não tem candidato ao governo, mas para o Senado decidiu apoiar Osmar e Pizzatto. O pedetista, que se recusa a dividir o palanque com seu companheiro de chapa, o deputado estadual Toni Garcia (PPB), disse que estava à vontade na festa do pefelista Lupion. A dedicação à causa da agricultura e elo mais forte entre Osmar e Lupion que os laços partidários.
A pluralidade das dobradas pode ser vista em todos os grandes partidos. Osmar e o candidato do PMDB, o ex-governador Paulo Pimentel, terão comitês conjuntos. Pimentel, por exemplo, terá um comitê em Curitiba organizado pelos deputados Carlos e Iris Simões, do PTB, que estão na coligação da Frente Trabalhista, onde o senador Osmar Dias é um dos candidatos.
Miscelânea
A mescla partidária também envolve a sucessão presidencial no Paraná. O senador Roberto Requião, candidato do PMDB ao governo, não apóia oficialmente Luiz Inacio Lula da Silva, que tem seu próprio palanque no Paraná, garantido pela candidatura do deputado federal Padre Roque. Entretanto, já estão sendo montados comitês Lula-Requião.
Ao mesmo tempo, Requião não deverá subir no palanque de José Serra durante sua visita ao Paraná, no dia 20. Serra tem o apoio oficial do PMDB nacional e vem ao Paraná para o lançamento de sua campanha no Estado, tendo como convidados um dos concorrentes de Requião, o tucano Beto Richa. O candidato a presidente da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, também terá que escolher entre Álvaro Dias (da Frente) e o deputado federal Rubens Bueno (do seu partido, o PPS).