O governador Roberto Requião (PMDB) anunciou ontem um acordo de cooperação entre os governos estadual e federal para apressar o assentamento dos trabalhadores sem terra no Estado.
O governador informou que o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, virá ao Paraná na próxima semana para fechar o acordo que implica a compra conjunta entre os governos estadual e federal de terras destinadas à reforma agrária. Segundo Requião, a medida irá interromper o ciclo das ocupações de terra no Estado.
Requião disse que o processo de assentamento no Estado está interrompido por culpa do seu antecessor, o ex-governador Jaime Lerner (PFL), que não realizou vistorias para identificar possíveis áreas de desapropriação. “Os assentamentos estão paralisados no Paraná porque o governo anterior não realizou vistorias para detectar áreas a serem desapropriadas”, acusou.
Requião determinou a realização de levantamento de áreas improdutivas e se reúne na próxima semana com Rosseto e o presidente do Incra, Marcelo Resende, para estabelecer o cronograma de assentamentos. “No Paraná, a reforma agrária será pacífica e realizada de forma inteligente”, afirmou Requião.
Solução
Ele afirmou considerar as manifestações dos trabalhadores semterra legítimas “na forma doutrinária e ideológica” de entender quando a sociedade e governo são insensíveis diante da pobreza. Mas ressalvou que são ilegítimas e desnecessárias quando existe o esforço do poder público de forma conseqüente e articulada para encaminhar a solução do problema.
De acordo com o governador, o alvo imediato do governo são aproximadamente de 12 mil famílias que hoje estão acampadas na beira de estradas e em áreas invadidas. Na posse ontem à tarde do novo secretário de Segurança Pública, Luís Fernando Delazari, Requião disse que considera os conflitos de terra praticamente solucionados no Paraná.