Acirra na Assembléia o conflito entre PMDB e PT

A presidência da Comissão de Constituição e Justiça expôs ainda mais os conflitos entre o PMDB e o PT na Assembléia Legislativa. As duas bancadas estão disputando o comando da principal Comissão da Casa e um acordo parece cada vez mais distante. Uma reunião, convocada pelo presidente da Casa, Hermas Brandão (PSDB), ontem de manhã, para discutir a composição das comissões, foi interrompida por um bate-boca e troca de insultos entre parlamentares dos dois partidos.

O líder da bancada do PMDB, Antonio Anibelli, mexeu com os brios petistas ao declarar que o seu partido aceitaria somente a indicação de Hermes Fonseca para a presidência da CCJ. Caso contrário, o PMDB lança o deputado Mário Bradock para concorrer com o PT. Os demais deputados do PT que se candidataram ao cargo – Luciana Rafagnin, André Vargas e Elton Welter – seriam rejeitados pelo PMDB, avisou Anibelli, que segundo relato dos participantes, chamou os aliados do PT de incompetentes.

Diante das afirmações de Anibelli, o caldo entornou e a reunião foi concluída antes de cinco minutos de conversa. No início da noite, a bancada do PT se reuniu para discutir o assunto e hoje ficou de apresentar uma proposta de acordo para o PMDB. O nome mais forte no PT para ser lançado à presidência da CCJ é o deputado Elton Welter.

Para complicar ainda mais a situação, o PPS decidiu que também quer a presidência da CCJ. O deputado Ratinho Junior já se apresentou para concorrer ao cargo. O PPS tem apenas uma vaga na CCJ, mas segundo Ratinho Junior, isso não impede o partido de disputar a presidência.

Competência

Anibelli disse que o confronto não foi tão grave, mas confirmou ter dito que alguns nomes do PT não têm competência para assumir a CCJ. Ele não identificou os deputados que considera incapazes Anibelli afirmou que o presidente da Comissão tem que ser um advogado e que a preferência do PMDB por Fonseca é decorrente dos conhecimentos do petista na área. "O PT não mostra seus nomes. E nós do PMDB vamos ter que votar no escuro? Não vamos não. Além disso, nossa preferência é pelo Hermes Fonseca."

O líder da bancada do PT, Tadeu Veneri, afirmou ontem que o partido vai continuar conversando com o PMDB, mas que se o partido mantiver a posição de vetar a indicação petista, haverá disputa pela presidência de todas as comissões. O PMDB e o PT têm o mesmo número de representantes na CCJ: dois deputados.

O presidente estadual do PT, André Vargas, que se considera o alvo principal do veto peemedebista, disse que o seu partido não é uma "sub-legenda" do PMDB e que se não houver um recuo, o bate-chapa será inevitável em todas as comissões. "Essa história de veto já vem desde a escolha do candidato a vice-presidente da Assembléia. Chega. Aqui, não é o quintal do PMDB", afirmou André, referindo-se à resistência demonstrada pelos peemedebistas, que impediu sua continuidade na Mesa Executiva da Assembléia. Vargas foi substituido na 1.ª vice pelo deputado Pedro Ivo Ilk. 

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