Ação intensiva contra o crime organizado no país

“O crime organizado já se infiltrou nas próprias entranhas do País. Suas ações são cada vez mais ousadas e buscam intimidar e atemorizar tanto a sociedade quanto os poderes constituídos.” A declaração é do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Gilson Dipp, que ontem, de passagem por Curitiba, reafirmou a intenção do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, de combater de maneira mais enérgica o crime organizado e a lavagem de dinheiro no país.

Todas as ações de combate serão realizadas através de uma comissão, instituída em setembro do ano passado, para tratar de questões referentes aos crimes de lavagem de dinheiro. Essa é composta por vinte representantes da Justiça Federal, Ministério Público Federal, Ministério da Fazenda, Banco Central, Receita Federal, Polícia Federal, Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e Conselho da Justiça Federal (CJF). “A existência da comissão permite que os órgãos participantes compartilhem conhecimentos, que muitas vezes acabam ficando departamentizados”, afirmou o ministro do STJ.

Segundo Dipp, dentro de sessenta dias – a contar da próxima semana -, serão criadas varas especializadas no combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro em todos os estados da Federação. Elas já foram aprovadas pelo Conselho da Justiça Federal e devem colocar pessoas especializadas no manuseio de documentos ligados ao crime de lavagem de deinheiro. “À medida que as varas forem sendo criadas, mostrarão uma eficácia muito grande. Elas contribuirão para a agilização dos processos. Tudo ainda é feito de forma muito lenta no Brasil”, declarou. “O País se tornou interessante para a lavagem de dinheiro há pouco mais de sete anos, quando houve a estabilidade da moeda e a abertura econômica mundial. Ainda não temos a cultura de configurar e lidar com o crime organizado.”

Outra ação citada foi a criação de um cadastro nacional de correntistas. Através do Departamento de Recuperação de Ativos Financeiros (Draf), subordinado ao Ministério da Justiça, todos os bancos terão de informar a lista de seus correntistas e as movimentações das contas de clientes, como forma de controlar a movimentação financeira. “Essa é outra maneira de combater a lavagem de dinheiro. Hoje, não se sabe onde as pessoas objeto de investigações mantêm suas contas correntes.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo