Uma ação do PSDB foi a responsável pela criação hoje da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras. Em vez de embarcar para seus Estados ontem à noite, os senadores tucanos decidiram voltar do aeroporto de Brasília e montar uma contraofensiva para conseguir criar a CPI em um plenário esvaziado hoje, pegando os governistas de surpresa.

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O primeiro vice-presidente, Marconi Perillo (PSDB-GO), que já estava a caminho de Brasília ontem à noite, foi encarregado de abrir a sessão de hoje, às 9 horas, na qualidade de membro da Mesa Diretora.

O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) tomou a palavra e denunciou a “manobra suja e truculenta” feita na véspera pelo governo, referindo-se à ação da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), que encerrou a sessão do Senado, ontem à noite, na primeira tentativa dos tucanos de leitura do requerimento de instalação da CPI.

Segundo Virgílio, o encerramento da sessão foi ilegal, porque ainda não havia terminado o tempo de prorrogação de 60 minutos determinado pelo senador Heráclito Fortes (DEM-PI), que presidia a sessão, antes de Serys assumir a Mesa.

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Virgílio lembrou que havia oradores inscritos e que por isso o PSDB não aceitava a truculência do governo. A leitura do requerimento foi feita hoje, com a presença de poucos senadores no plenário. Além do presidente da sessão e de Virgílio, compareceram o presidente nacional do PSDB, Sergio Guerra (PE), o senador Tasso Jereissati (CE) e o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR). O único governista presente foi o senador João Pedro (PT-AM), que ontem tentava colocar panos quentes na discussão acalorada entre Guerra e Serys.

Mozarildo também discursou, lembrando que ele e o senador Romeu Tuma (SP), ambos do PTB, assinaram requerimento em favor da CPI e que, portanto a criação da comissão parlamentar de inquérito não era apenas uma iniciativa do DEM e do PSDB. No mesmo tom dos tucanos, o petebista observou que o “malefício maior” à Petrobras são as operações da Polícia Federal, e as denúncias de irregularidades na estatal feitas pelo Ministério Público.

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Além disso Mozarildo lembrou ter recebido incontáveis e-mails de funcionários da Petrobras pedindo que ele participe da CPI. Mozarildo fez a leitura do requerimento para a criação da CPI. A comissão tem 32 assinaturas das 27 necessárias para sua instalação. Senadores que firmaram o requerimento têm até a meia-noite de hoje para retirarem suas assinaturas e, nesse caso, evitar a instalação da comissão.