A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) registrou pelo menos 130 agressões a profissionais da comunicação em situações relacionadas a política e eleições em 2018. Do total, foram 59 ocorrências de ataques físicos e outras 71 em meios digitais.

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“Um país que não compreende a diferença entre crítica ao trabalho jornalístico e violência contra profissionais da imprensa coloca a democracia e a si próprio em grave risco”, diz a Abraji, em uma das notas que relatam casos de agressão.

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Entre as situações mencionadas pelo site da Abraji está a dos jornalistas que assinam reportagem da revista Veja sobre acusações de ex-mulher de Jair Bolsonaro (PSL) contra o candidato a presidente. “Os perfis dos repórteres Nonato Viegas e Thiago Bronzatto foram inundados por xingamentos, comentários homofóbicos e ameaça de agressão. Hugo Marques foi alvo de exposição indevida e difamação”, conta a associação.

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A Abraji condena com veemência a ofensiva contra os jornalistas. “O assédio direcionado a uma profissional de comunicação por causa de seu trabalho atingiu desta vez um novo – e pior – patamar, ao expor de maneira criminosa dados pessoais de terceiros, alastrando as agressões”, afirma.

A associação também relata o caso de Ana Nery, repórter da Rádio Bandeirantes que foi agredida verbalmente e com uma cabeçada por um manifestante favorável a Bolsonaro no domingo passado, na Av. Paulista, em São Paulo.

Para a Abraji, a agressão à repórter foi o ponto máximo na escalada de ataques de apoiadores do candidato registrada ao longo da semana passada. Lamentou também que policiais que presenciaram a cena apenas afastaram o agressor e não prestaram socorro à jornalista.

“Como se o assédio massivo direcionado a jornalistas em redes sociais e as ameaças de violência física não fossem graves o suficiente. É lamentável, ainda, a postura passiva dos policiais militares diante da hostilidade do manifestante”, diz a associação.