A Assembleia Legislativa do Paraná instalou, oficialmente, na tarde desta segunda-feira a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Falências e Concordatas. Proposta pelo deputado Fábio Camargo (PDT), que presidirá a comissão, a CPI tem por objetivo apurar a existência de uma “máfia das falências”.
Segundo Camargo, há indícios de fraudes em processos de falência. “Algumas empresas se perpetuam por cerca de 20 anos em processo de falência para deixar de pagar seus impostos, funcionários e credores”, disse o deputado, que aponta um possível esquema entre proprietários de empresas falidas e os administradores da falência designados pela Justiça.
Camargo citou que só em uma das quatro varas judiciais que tratam de falência em Curitiba, são movimentados R$ 15 bilhões em processo de falências e concordatas. O deputado Nelson Luersen (PDT) será o relator da CPI.
A CPI das Falências é a segunda instaurada pela nova Legislatura que já trabalha, desde sexta-feira, na CPI dos Grampos, implantada para investigar a origem e os interessados nos aparelhos de escuta e espionagem encontrados em gabinetes estratégicos da Assembleia no início do mês.
A CPI dos grampos fará sua primeira reunião oficial na tarde desta segunda-feira, e o presidente, Marcelo Rangel (PPS) já apresentará os primeiros requerimentos. “Conforme definimos em conversa com o secretário de Segurança na sexta-feira, vamos requerer um delegado especial e técnicos da Polícia Civil para ajudar nas investigações”, disse o deputado, que requisitará, também, o apoio da Polícia Federal.
E uma terceira CPI também deverá ser instalada nesta semana. O deputado Douglas Fabrício (PPS) anunciou que concluiu, nesta segunda-feira, a coleta das 18 assinaturas necessárias para propor a CPI do Porto, que investigará as irregularidades encontradas pela Operação Dallas, da Polícia Federal, que descobriu desvio de cargas e fraudes em licitações no Porto de Paranaguá, com a suspeita de participação de secretários de Estado.