Acusado pelo deputado federal Alceni Guerra de impor o apoio à pré-candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ao governo nas eleições do próximo ano, o presidente estadual do DEM, deputado federal Abelardo Lupion, disse ontem a O Estado que está agindo em defesa dos interesses do partido. E que tem o aval da direção nacional do DEM para costurar a aliança com o PDT.
“Se o deputado Alceni prometeu entregar os Democratas para o prefeito Beto Richa e agora não está conseguindo, é problema dele. Não posso fazer nada. Eu estou buscando a melhor alternativa para o nosso partido. E estou autorizado a fazer isso”, reagiu Lupion.
Ele disse que a convenção estadual do partido, em junho de 2010, é que definirá a aliança, mas que, na semana passada, foi fechado um pré-acordo entre PDT e DEM no Rio Grande do Sul e no Paraná pelos presidentes nacionais das duas legendas, o pedetista Carlos Lupi, e o deputado federal Rodrigo Maia.
O presidente estadual do DEM afirmou que seu esforço é também para garantir o apoio do senador Osmar Dias para o candidato a presidente da República pelo PSDB, além de ser também uma tentativa de manter a aliança entre os três partidos no Paraná.
“O meu comportamento persegue estes objetivos. Se conseguirmos manter a união do DEM, PSDB e PDT no Paraná, vamos abrir mais de dois milhões de votos para o nosso candidato a presidente no Estado. Estou buscando o melhor quadro no Paraná. Não queremos perder o senador Osmar Dias para o PT”, disse.
Lupion afirmou que ficou “chateado” com Guerra, que mostrou desconhecimento sobre a condução das negociações que o partido vem fazendo nos planos nacional e estadual. Ele destacou que o colega de partido foi “denunciá-lo” justamente a Rodrigo Maia, que, na semana passada, fechou o pré-acordo com o PDT. No Rio Grande do Sul, o DEM não se coligaria com o PSDB para apoiar o candidato do PDT ao governo, deputado Vieira da Cunha.
Lupion disse que sua posição individual é que Osmar deve ser o candidato ao governo, na aliança com o PSDB. E reafirmou que o DEM assumiu esse compromisso junto com os tucanos na eleição do ano passado à prefeitura de Curitiba. “Nós assumimos esse compromisso. E eu não sei trair. Não sou de não cumprir os compromissos que assumo”, declarou.
Se o PSDB e PDT não estiverem juntos na eleição do próximo ano ao governo, o DEM deve fazer a opção que ofereça mais resultados ao partido, defendeu Lupion. Além do compromisso assumido com Osmar Dias, o DEM também teria mais possibilidades de reforçar as bancadas federal e estadual coligado ao PDT do que com o PSDB, comparou Lupion.
“A coligação com o PSDB não é boa para a eleição das nossas bancadas. A coligação com o PDT é extraordinária. Eu tenho que pensar nisso, como presidente do partido. Não posso deixar que interesses pessoais prevaleçam”, afirmou.