A um mês do primeiro turno das eleições, o prefeito Fernando Haddad (PT) diz ter cumprido 49,59% das 123 metas apresentadas em 2013, primeiro ano de seu mandato. Foram efetivadas 61 promessas. Segundo balanço apresentado pela gestão petista na quarta-feira, 31, durante evento promovido pela Rede Nossa São Paulo, mais da metade desses compromissos alcançados é administrativa, ou seja, não representa investimento em novos equipamentos públicos, mas aprovação de programas, secretarias, leis ou conselhos.

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Haddad e sua equipe contabilizam como metas realizadas, por exemplo, a criação da Subprefeitura de Sapopemba, a 32.ª da capital, das secretarias municipais de Promoção da Igualdade Racial e de Políticas para as Mulheres, do Conselho da Cidade e do Gabinete Digital, além da aprovação, na Câmara Municipal, das leis que revisaram o Plano Diretor e o Zoneamento de São Paulo. Ao todo, são 37 metas que citam realizações políticas, de gestão, que não demandam recursos volumosos do Orçamento nem são facilmente notadas pela população.

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Na lista dos demais 24 compromissos realizados, estão algumas das marcas de Haddad, como a implementação de 416 quilômetros de faixas exclusivas de ônibus, a criação do Bilhete Único Mensal e a oferta de sinal Wi-Fi de internet em 120 praças públicas. A meta de construir 400 km de ciclovias, no entanto, ainda não foi concluída – foram 329 km até agora -, assim como a promessa de entregar 150 km de corredores de ônibus. Nesse caso, a Prefeitura construiu ou requalificou 42 km.

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Secretário adjunto de Governo, Weber Sutti atribui os números ao baixo financiamento do governo federal em projetos considerados prioritários, como a produção de 55 mil moradias populares. “O programa de metas foi feito na perspectiva de que os programas federais fossem continuados, o que não ocorreu”, disse na quarta-feira, referindo-se ao Minha Casa Minha Vida. Em março de 2013, o governo estimou em R$ 24 bilhões o montante de recursos necessários para cumprir as metas. Haddad afirma ter empenhado R$ 17 bilhões.

A Prefeitura alterou algumas de suas estratégias para conseguir executar metas. No caso da criação de vagas em creche, a ordem foi ampliar o número de convênios com entidades privadas, uma vez que erguer 243 novos equipamentos, conforme prometido, tornou-se inviável sem aportes da União. Dessa lista, somente 39 creches municipais foram feitas, sendo 28 em parceria com o Estado, duas com o Ministério da Educação e nove, com verba municipal.

Extras

Sutti, no entanto, apresentou uma série de ações extras desempenhadas sem que fossem oficializadas no plano de metas. Entre elas estão a criação do Programa De Braços Abertos, que atende usuários de crack, a regulamentação do carnaval de rua e a instalação da SPCine, agência de fomento à produção audiovisual. A renegociação da dívida do Município com a União, não oficializada no plano, é outra realização obtida pela gestão Haddad no período, segundo o secretário. No processo de renegociação, a dívida da cidade caiu de R$ 74 bilhões para R$ 27,5 bilhões.

Coordenador da Secretaria Executiva do Nossa São Paulo, Maurício Broinizi considera como “razoável” a capacidade de realização das metas apresentada pela atual gestão. “Esperava menos, admito, em função do cenário hostil que o prefeito enfrentou, seja na esfera econômica, seja política”, disse.

Em São Paulo, todo prefeito é obrigado a apresentar, 90 dias após a posse, as metas definidas para os quatro anos de governo.

Saúde e Habitação não têm promessas 100% alcançadas

Nenhuma proposta apresentada pelo prefeito Fernando Haddad (PT) para as áreas de Saúde e Habitação foi cumprida totalmente até agora. Consideradas prioritárias pela gestão, as áreas somam, juntas, dez metas. Nessa lista, estão a construção de três hospitais, 43 postos de saúde, 20 pronto-socorros, 55 mil moradias populares e um programa de regularização fundiária que atenda 70 mil famílias.

A gestão petista justifica que, apesar de não terem sido 100% concluídas, algumas metas apresentam um índice grande de realização, já beneficiando diretamente a população. Segundo o governo, está nessa situação, por exemplo, a meta de inaugurar 32 unidades da Rede Hora Certa – equipamento de saúde que oferece consultas, exames e cirurgias. Até agora, foram entregues 30, sendo oito delas móveis.

O mesmo argumento é usado para a meta de produção de habitação social na cidade. A gestão Haddad entregou, desde 2013, um total de 12,5 mil unidades populares, mas considera que a meta está 56,5% realizada, uma vez que estão em obras outras 23,6 mil moradias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.