A presidente Dilma Rousseff (PT), afirmou nesta segunda, 18, sentir-se injustiçada com a admissibilidade do processo de impeachment porque aqueles que presidiram a sessão da Câmara praticaram ilegalidades, no caso o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Não há contra mim acusação de desvio, de enriquecimento ilícito, não tenho conta no exterior. Os que praticaram atos ilícitos e têm conta no exterior, presidem a sessão e tratam de uma questão tão grande como o afastamento da presidente.”

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Dilma afirmou que também se sentia injustiçada porque fizeram com que os últimos 15 meses de governo tenham governado em clima de instabilidade política. “Praticaram sistematicamente a estratégia do quanto pior melhor. Pior para o governo, melhor para a oposição”, afirmou ela, lembrando das pautas-bomba que tramitaram no Congresso, inclusive a que mudou dívidas dos Estados, com um prejuízo estimado de R$ 300 bilhões. “Sabemos de todas as circunstâncias, que projetos importantes necessários para a retomada do crescimento ou eram postergados ou não eram votados”, afirmou.

Dilma disse que a situação só pode provocar imensa sensação de injustiça e de que há uma “violência no Brasil contra a verdade, contra a democracia e contra o estado democrático de direito”. Para ela, o processo é ruim porque: “o mundo vê que a nossa jovem democracia enfrenta um processo de baixa qualidade”.

Ela condenou o fato de uma presidente ser condenada sem culpabilidade. “O que é possível fazer com o cidadão brasileiro e brasileira que são os personagens e protagonistas da história da democracia? Indagou. “Abertura do processo é uma espécie de vingança por não termos aceitado negociar os votos dentro da comissão de ética. Não apresentaram nada além das notícias de jornal.”

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Dilma disse que, antes da tramitação do pedido de impeachment no Senado, “sai com uma sensação de indignação pelo fato de que a imagem transmitida ao mundo é o rosto do desvio do abuso do poder, com descompromisso com a ética e moral”, completou.