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A jornada na Câmara para sair da Papuda

Com passos apressados e o semblante fechado, o deputado Celso Jacob (PMDB-RJ) chegou à Câmara, ontem, por volta das 10 horas para o seu primeiro dia de expediente no recesso parlamentar.

O peemedebista só conseguiu autorização da Justiça para continuar trabalhando durante férias de deputados e senadores até 31 de julho. Se fosse negado, passaria os dias no Complexo Penitenciário da Papuda, onde cumpre pena de 7 anos e 2 meses em regime semiaberto.

Para poder frequentar a Câmara durante as férias, o parlamentar ganhou uma forcinha da bancada do seu partido, o PMDB, e foi indicado para compor a comissão representativa do Congresso durante o recesso. O grupo de parlamentares resolve questões de caráter urgente que possam vir a surgir nas duas Casas, mas só é acionado em casos excepcionais. Ou seja, na prática, é uma formalidade, sem função específica, e que nem sequer exige a permanência do parlamentar em Brasília.

Mesmo assim, o peemedebista permaneceu na Câmara até as 18h48, quando pegou o Uber contratado por ele para buscá-lo e levá-lo da prisão. Pela determinação da Justiça, seu horário de trabalho vai até as 19 horas. Ao chegar ao Congresso pela manhã, o deputado ficou irritado com a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo e correu para não ser fotografado.

Durante o dia, deixou o gabinete poucas vezes, uma delas para ir à sala da liderança do PMDB, outra para ir à Mesa Diretora. A presença do deputado chamou atenção de servidores da Casa. Duas moças fizeram comentários ao vê-lo pelos corredores. “O que ele está fazendo aqui?”, perguntou uma. “Trabalhando e de cabeça erguida”, disse a outra.

O advogado Thiago Machado disse que é importante ele ir à Câmara nas férias, pois há muito trabalho acumulado dos 20 dias que ficou afastado, depois de ser preso.

Jacob foi condenado em 6 de junho pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por falsificação de documento público e dispensa de licitação para a construção de uma creche quando era prefeito de Três Rios, no Rio. Desde o dia 30 de junho, foi autorizado pela Justiça a voltar a exercer o mandato durante o dia. Em uma das poucas declarações que deu ao Estado, disse que vai provar sua inocência no caso.

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