Das 22.263 urnas eletrônicas utilizadas para o segundo turno das eleições no Paraná, 141 precisaram ser substituídas, segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Além disso, duas urnas de Rolândia, duas de Telêmaco Borba, uma de Curitiba e outra de Umuarama não puderam ser trocadas, e os eleitores tiveram que votar manualmente, com voto escrito. Mesmo assim, o TRE fez uma avaliação positiva do pleito. “Tivemos uma votação sem problemas, e as urnas substituídas não causaram prejuízo nos votos, já que representaram apenas 0,05% das urnas utilizadas”, explicou a juíza federal Cláudia Cristofani, membro da Comissão de Apuração do Tribunal.
A previsão do TRE era que o resultado oficial deve ser divulgado hoje. “Neste segundo turno tivemos um número menor de candidatos, e com isso menos filas e menos fiscais, por isso a votação e apuração foi mais rápida”.
Cláudia informou também que no Paraná apenas Curitiba e Maringá têm transmissão de dados direto com o Tribunal, pois as urnas estão conectadas nos locais de votação. Nos outros municípios os disquetes são levados para uma central, que só então remete os dados para o Tribunal.
Agilidade
Ao contrário do primeiro turno das eleições, quando muitos eleitores se atrapalharam com o excesso de números de candidatos e demoraram nas urnas, o segundo turno foi marcado pela agilidade. Era raro ver filas nas zonas eleitorais, a não ser para justificativas. O Colégio Hildebrando de Araújo, no Jardim Botânico, foi exemplo disso. No dia 6 de outubro, primeiro turno, a fila de eleitores seguia escada abaixo e chegava a sair da escola. Ontem, as filas não chegavam a três ou quatro pessoas. “Em relação ao primeiro turno, está bem mais rápido”, comentou o 2º mesário Adrion Medeiros. Segundo ele, o tempo ontem para votar era de cerca de 20 segundos, enquanto no primeiro turno, dois minutos.
Com tanta agilidade, era comum ver mesários e secretários das seções conversando descontraidamente. “Com a fila o tempo passava mais rápido”, apontou a 1ª secretária da seção 156 do Colégio Estadual do Paraná, Raquel Fontanele. De acordo com o 1º mesário Daniel Martins, o tempo de votação ontem era de 10 segundos. No primeiro turno, variava entre um e dois minutos. “Quase não há dúvidas dos eleitores”, completou Kátia Didik, 2ª mesária.
Justificativa
O longo tempo de espera na fila durante o primeiro turno das eleições levou a vendedora Sandra Menegasso a justificar o seu voto. “Eu estava com o pé quebrado e há uma hora e meia na fila. Acabei justificando o voto porque eu não agüentava de tanta dor”, conta. Ontem ela exerceu seu papel de cidadania: votou para governador e presidente.
No Colégio Estadual do Paraná, a única fila na tarde de ontem era para justificativa eleitoral. O tempo médio de espera era de cerca de vinte minutos. “Quando posso, viajo para votar, mas dessa vez realmente não pude”, contou a médica Fabiane Meurer, cujo título eleitoral é de Toledo. A estudante Janaíne Rodrigues bem que queria votar, mas foi impedida por um erro do TRE. “Transferi meu título para cá em 2000, mas por falta de atualização do banco de dados, consta que ele ainda é de Sorocaba (SP)”, explicou Janaíne. No primeiro turno, ela também justificou.