O ministro da Fazenda, Guido Mantega, convocou na tarde desta sexta-feira (22) entrevista coletiva à imprensa, na sede do Ministério da Fazenda no Rio de Janeiro, para "contrariar afirmações feitas nos últimos dias" de que a tensão com a crise política está abalando o mercado financeiro.
Mantega afirmou que a economia brasileira está sólida, tranqüila continua crescendo e que nos últimos dias houve uma certa turbulência econômica no mundo inteiro e não apenas no Brasil. "A menos que achemos que problemas no Brasil abalem o mundo todo", ironizou.
Para ele, o fato mais importante para o abalo do mercado foi a análise do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) de queda da atividade e desaquecimento do mercado imobiliário na economia norte-americana. Além disso, ele citou o golpe na Tailândia e problemas no Equador e na Hungria para justificar o nervosismo dos investidores.
Risco Brasil
O ministro afirmou também que o risco Brasil subiu exatamente 7 2% ontem e o risco médio dos emergentes subiu 7,4%. "É óbvio que isso não tem nada a ver com dossiês, relatórios e coisa que o valha.
Segundo Mantega, os indicadores de risco País são de curto prazo e flutuam muito. De acordo com ele, a diferença entre os riscos do Brasil e dos países emergentes em geral caiu de 110 pontos-base em janeiro, para 50 pontos-base atualmente. "A tendência é diminuir esta diferença. Somos considerados mais sólidos que no passado", afirmou.
Juros
Mantega disse ainda que o desaquecimento da economia americana "já está na conta" e que as questões internacionais não vão alterar a trajetória dos indicadores brasileiros.
De acordo com ele, a taxa de juros Selic está caindo "e continuará caindo". Mantega ressaltou também que a inflação brasileira "nunca esteve tão controlada quanto está hoje".