Duas ações do Ministério da Integração Nacional simbolizam o mapa desenhado pela nova Política Nacional de Desenvolvimento Regional. Em Tabatinga, na região amazônica do Alto Solimões, a montagem de um entreposto com produção de gelo, deve promover o crescimento da piscicultura praticada pelos índios Ticunas, criando até a possibilidade de exportações. Na tríplice divisa de Brasil, Uruguai e Argentina, onde ao contrário do Norte, há desenvolvimento, o problema de estagnação pode ser resolvido com o incentivo dado à prática do reflorestamento.
A aplicação de projetos como esses é resultado dos estudos desenvolvidos pelo governo federal a partir dos dados dos censos de 1991 e 2000, com o objetivo de criar a Política Nacional de Desenvolvimento Regional. Segundo o secretário de políticas de desenvolvimento regional do Ministério da Integração Nacional, Antônio Carlos Galvão, "o nosso foco é instigar uma dinâmica no território, gerar emprego e renda olhando organizações produtivas, adensando cadeias e atuando nessa área que é tradição da política regional".
Segundo ele, a maneira pela qual o Brasil vinha se desenvolvendo ao longo dos anos agora se modifica. "Existe uma lógica que organiza a nossa ação. Olho o território para dizer quem é que tem condição de ser priorizado na ação de desenvolvimento regional. A experiência mostra que a gente tem que, de alguma maneira, estar o tempo todo dialogando com uma visão de como é que o território e o desenvolvimento estão se organizando e estruturando", explica.
No Nordeste, o semi-árido, um dos maiores desafios para a política de desenvolvimento regional, registra manchas de desenvolvimento muito acentuadas, o que contradiz a tradição sobre a região. Os projetos de fruticultura e irrigação têm sobressaído a partir de investimentos privados, deixando "manchas" no mapa das desigualdades sociais. "Esses impactos têm que ser catalisados e potencializados por um apoio adicional às vezes. Esse é o nosso papel", diz Galvão.
Mas a grande vitória da nova Política Nacional de Desenvolvimento Regional é, segundo o secretário, o grande processo de integração do próprio governo. "A nossa agenda de programas meso-regionais está sendo cotejada com as ações de vários outros ministérios. Isso permite se montar agendas bem mais robustas que se voltam não só para a redução das desigualdades regionais e ativação de potenciais de desenvolvimento, mas que enfrentam outros objetivos fundamentais do governo. Alguns exemplos são o estímulo às exportações e a atuação nas áreas de pobreza com bolsas família", destaca Galvão.
