Brasília ? O governo brasileiro quer incentivar a produção industrial de mercadorias e serviços que envolvem biotecnologia ? técnica de alteração de organismos vivos para fins industriais. Ele está definindo, para isso, uma política que garanta ao país condições de produzir e de exportar para o mercado interno.

continua após a publicidade

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, anunciou hoje (6) que os produtos biotecnológicos serão uma das prioridades da Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) em 2006.

"Nós já temos conhecimentos relevantes na biotecnologia e acredito que vamos ter resultados muito positivos de oportunidades para instituições brasileiras e ao mesmo tempo de receitas de exportações", avaliou Furlan durante a terceira reunião do Fórum de Competitividade de Biotecnologia.

A política industrial para o setor está sendo elaborada pelo fórum, que é composto por representantes dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), da Ciência e Tecnologia (MCT), da Saúde (MS) e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

continua após a publicidade

"O fórum trata de política industrial, de viabilizar a produção industrial de alguns itens considerados prioritários", explicou o secretário do Desenvolvimento da Produção do MDIC, Antônio Sérgio Martins Mello.

A área de saúde humana é uma dessas prioridades. Um levantamento apresentado na reunião mostra que, em 2004, o Brasil importou US$ 332 milhões (cerca de R$ 720 milhões) em produtos como vacinas, hemoderivados e antibióticos resultantes da biotecnologia. Entre os itens importados estão a vacina contra a rubéola e contra a gripe, medicamento com hormônio do crescimento, insulina e toxina botulínica.

continua após a publicidade

Para Furlan, essa política industrial favorecerá a autonomia do país em relação à produção de medicamentos. "Acredito que vamos ter avanços com investimentos e com a mobilização de técnicos, de cientistas e de instituições para ter uma ampliação da nossa produção de vacinas e termos menos dependência da importação e ao mesmo tempo podermos continuar com o esforço exportador", disse.

A política para o setor também pretende estabelecer mecanismos de incentivo ao uso da biotecnologia na agropecuária e à produção de produtos e insumos necessários para abastecer a bioindústria.