Um homem acusado de atirar contra um policial durante a primeira onda de ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC), em maio deste ano, foi preso ontem de madrugada na zona leste de São Paulo. A prisão ocorreu porque o policial ferido naquela ocasião reconheceu o atirador em um bar e chamou a Rota. De acordo com a polícia, o detido teria também participado do assassinato de outro policial, no mês passado.
Luciano de Oliveira Silva, de 24 anos, o preso, já era procurado por dois crimes (um homicídio e um roubo), além dos ataques aos dois policiais. Anteontem, ele estava num barzinho na esquina da Avenida Governador Carvalho Pinto, mais conhecida como Avenida Tiquatira, com a Rua Mercedes Lopes. No bar, também estava o policial que teria sido baleado pelo acusado. O nome do PM não foi revelado.
Segundo a polícia, foi o policial que reconheceu Silva. O acusado teria acertado seis tiros no policial na noite de 13 de maio deste ano – o primeiro dia da primeira onda de ataques do PCC. Dois disparos acertaram a cabeça do policial, que sobreviveu depois de passar longo tempo sob cuidados médicos.
A Rota, chamada pelo policial, cercou o bar pouco antes das 2h. Silva entregou-se mas, como era procurado, mostrou aos policiais um documento falso. Segundo a polícia, porém, o acusado deu o endereço da mãe como sendo o seu. E foi justamente em frente do local que o policial foi baleado. O endereço aumentou as suspeitas da polícia, que já tinham o depoimento do policial baleado como prova do crime.
A verdadeira identidade de Silva foi descoberta no 63.º DP, na Vila Jacuí. Na delegacia, o acusado afirmou que havia comprado sua identidade na Praça da Sé. Segundo ele, o preço pago pelo documento foi de R$ 1.000.
Também no distrito, o policial baleado fez o reconhecimento formal de Silva como autor dos tiros que o feriram em maio. O acusado negou ter praticado o crime naquela ocasião.
De acordo com a polícia, Silva teria participado da morte de um homem do Grupo Operações Especiais (GOE), da Polícia Civil, no dia 20 de setembro. O carcereiro Hygor Garcia Rodrigues, 26 anos foi baleado durante uma troca de tiros na Favela Pantanal, em São Miguel Paulista, mesma região onde Silva mora.
Conforme a polícia, Rodrigues participava, na época, de uma operação para combater o tráfico de drogas na favela. E tinha a seu lado dois informantes – que desapareceram depois do crime.
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