Uma operação da Polícia Federal (PF) com o apoio do Batalhão de Operações Especiais (elite da polícia fluminense) no Complexo do Alemão terminou com um pedreiro e três policiais feridos. O objetivo da ação era cumprir mandados de prisão de dois acusados pelo assassinato do policial federal Ronei Cândido Rezende, morto em fevereiro deste ano. Trinta policiais do Bope e quarenta agentes da PF foram recebidos a tiros por traficantes e recuaram. Ninguém foi preso.
"Foram muitos tiros. Era um horário de movimento, por volta das 8 horas, quando os policias entraram na favela. Eu saía para comprar verduras. Me joguei no chão e quando levantei estava baleado", declarou o pedreiro Ademir Pereira da Silva, de 50 anos, ferido com um tiro no tornozelo direito.
Na troca de tiros com os bandidos, um policial federal identificado apenas como Antônio Augusto foi ferido por estilhaços de granada no joelho esquerdo. O cabo do Bope Hernandes Alves de Souza foi atingido da mesma forma, sem gravidade, nos pés. Ambos foram liberados do Hospital Getúlio Vargas ainda pela manhã. O caso mais grave foi o do cabo do Bope Luciano Sanches atingido por estilhaços de artefato explosivo que provocaram ferimentos na coxa e fratura exposta no joelho direito. Ele permanece internado no Hospital da Polícia Militar.
A ação foi criticada por policiais civis. Eles acreditam que a polícia não pode entrar mais no conjunto formado por 12 favelas com menos de 300 policiais. A última operação da Polícia Civil no local, realizada no dia 6 de março, contou com 350 policiais civis , 50 do Bope, helicópteros e informantes. "Nenhuma operação no Alemão pode contar com um efetivo hoje em dia considerado modesto, ou seja, menos de 100 homens. Eles (os traficantes) contam com cinco homens em cada acesso armados com fuzis e bandos de trinta circulando pela favela", declarou um policial civil.
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