São Paulo, 04 (AE) – O pátio de veículos apreendidos em operações policiais, usado para desmanche e outras atividades ilícitas em Taboão da Serra, Grande São Paulo, cedeu até motor de carro roubado para uma viatura batida do 89º DP (Portal do Morumbi). Há suspeitas de que pelo menos 500 carros e motos recolhidos durante blitze realizadas por policiais civis e militares tenham sido “esquentados” e vendidos. Um delegado, um escrivão e um ex-PM estão presos.
O Ministério Público investiga a participação de policiais civis e militares no esquema. As Corregedorias das Políciais Civil e Militar também apuram o caso. Segundo denúncias, o pátio da rua Ubatuba, 77, Parque Laguna, Taboão da Serra, recebia os veículos roubados e irregulares apreendidos em operações feitas por PMs e também por policiais civis do 14º DP (Pinheiros), 37º DP (Campo Limpo), 51º DP (Butantã), 75º DP (Jardim Arpoador), 89º DP (Portal do Morumbi), 91º DP (Ceasa), 93º DP (Jaguaré) e Delegacia de Taboão da Serra.
O esquema funcionava há sete anos. Ainda segundo denúncias, os veículos novos apreendidos eram levados para o Paraguai. Já os carros usados eram “esquentados” e vendidos por R$ 2.500 ou então desmanchados. As motos eram comercializadas em lojas da rua dos Gusmões, Centro da Capital. Um denunciante disse que comprou 200 motocicletas recolhidas no pátio de Taboão da Serra.
A mesma pessoa também afirmou que os donos do pátio pagavam R$ 25 de propina para cada policial militar por um carro apreendido e levado para o pátio. Os PMs também recebiam mais R$ 25 por cada carro vendido. Segundo o coronel Paulo César Máximo, corregedor da Polícia Militar, 12 homens da corporação estão sendo investigados.
O dono do pátio, o ex-policial militar Benedito Ortigosa, 46 anos, foi preso segunda-feira. Ele estava sendo investigado pelo promotor Romeu Galiano Zanelli Júnior, 32 anos, e por policiais das Corregedorias Civil e Militar.
Zenelli Júnior e promotores do Grupo Especial de Controle Externo da Polícia (Gecep) realizaram buscas na casa de Ortigosa também conhecido como Belo. Ele estava escondido embaixo da cama.
Já no pátio, promotores e policiais encontraram uma moto roubada, apreendida por policiais militares. Belo não apresentou documentos comprovando que a moto foi apreendida em operação policial regular. Os PMs não apresentaram a ocorrência na delegacia da área, no caso a de Taboão da Serra, como prevê a lei, o que reforça o esquema de propina feito por um dos denunciantes.
Também foram encontrados no pátio placas e lacres de veículos da Polícia Civil de Embu, município vizinho a Taboão. Belo não é o único preso. O delegado Sílvio Jair Pires Domingues, 53 anos, e o escrivão Messias Militão Cassiano, 38, do 46º DP (Perus) são acusados de fraudar os documentos dos veículos apreendidos. Eles atuavam no 37º DP e foram presos em 1º de abril deste ano.
Policiais paulistas podem estar envolvidos em desmanche
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