A paralisação dos políciais federais em Foz do Iguaçu provocou um congestionamento na Ponte da Amizade, fronteira do Brasil com o Paraguai. Os agentes aumentaram a fiscalização de veículos e pedestres que fizeram a travessia hoje à tarde ao invés de cruzar os braços como fizeram a maioria dos seus colegas em outras cidades.
Os serviços, entretanto, não foram inteiramente paralisados porque a cidade está localizada numa fronteira estratégica. O atendimento de emissão de passaportes, por exemplo, foi prestado em casos urgentes, quando a pessoa justificou ter prazo de 48 horas para viajar. Outro serviço mantido foi o auxílio aos turistas.
A operação pente-fino começou às 15 horas e terminou às 17 horas. Durante este período, os agentes fiscalizaram grande parte dos carros, táxis, vans, ônibus e pedestres. E ainda exigiram documentos pessoais e de automóveis. Em dias de grande movimento de compristas, cerca de 20 mil veículos e 10 mil pedestres fazem a travessia.
O pente-fino foi possível porque os grevistas que exercem funções administrativas foram deslocados para trabalhar com os policiais na aduana. Dos quase 60 agentes de Foz, 59 aderiram ao protesto; dos 20 escrivães, apenas um furou o movimento. O único papiloscopista também aderiu ao movimento e os 13 delegados trabalharam normalmente.
“Adotamos essa estratégia para mostrar à Brasília a carência de efetivo em Foz e mostrar que é possível realizar nosso trabalho quando conseguimos reforço para trabalhar junto com os policiais”, Adão Luiz Almeida, secretário do Sindicato dos Policiais Federais do Paraná à Agência Front.
Conforme o delegado-chefe da PF, em Foz, Geraldo da Silva Pereira, a delegacia tem atualmente um terço do total de agentes necessário para a delegacia. A unidade enfrenta o problema com as transferências de policiais para outros municípios.
De acordo com Almeida, a paralisação é por tempo indeterminado, porém não previsão de nova operação na Ponte da Amizade para esta quarta-feira, segundo dia da semana com maior movimento de sacoleiros.
Hoje a paralisação iniciou às 8 horas. O trabalho de investigação foi interrompido, enquanto o serviço de carceragem e plantão foi prejudicado. Os grevistas passaram a manhã em frente à Delegacia da PF, onde foram colocadas faixas com reivindicações de direitos trabalhistas. Elas também foram fixadas na Ponte da Amizade e Ponte Tancredo Neves (Brasil/Argentina).
Pedido
A categoria reivindica o cumprimento da lei 9266, de 1.996, que exige nível superior para ingressar na Polícia Federal. A contrapartida ocorria no plano de carreira, que elevaria o piso salarial da classe de R$ 4,2 mil para R$ 7,8 mil. Isso, contudo, não aconteceu.
“Não se trata de reajuste, queremos o cumprimento da lei que já tem oito anos”, afirmou o secretário do Sindicato dos Policiais Federais do Paraná. A entidade sindical confeccionou um adesivo com a seguinte cobrança: “Nem reajuste, nem aumento. A lei e seu cumprimento”. O aderente foi colocado ao corpo dos federais
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