Policiais federais aprovam em assembléia paralisação por 72 horas

Brasília – Os policiais federais iniciaram nesta terça-feira (22) uma paralisação de 72 horas em todo o país. Pela manhã, cerca de 300 agentes, peritos, escrivães e papiloscopistas realizaram uma assembléia geral em frente ao edifício-sede da Polícia Federal e aprovaram a suspensão dos trabalhos.

"É uma forma de demonstrar ao governo que a categoria está coesa na luta pelo cumprimento de um acordo que reajuste de 30% nos salários, no início deste ano", disse o presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Sandro Torres Avelar.

Segundo ele, os policiais consideraram "inaceitável" a proposta do governo, apresentada ontem (21) em reunião no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. O governo reconhece que deve dar os 30% acordados, mas só pretende fazê-lo em duas parcelas iguais, em março de 2008 e março de 2009, enquanto a categoria quer o reajuste para já, como foi previamente acertado com o ex-ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos.

O delegado Sandro Avelar disse que "falta seriedade do governo na negociação", razão pela qual a proposta de paralisação por 72 horas teve aprovação unânime dos presentes à assembléia de hoje. Representantes dos 14 mil agentes e delegados federais em todo o país também realizam assembléias nos 26 estados para referendar a decisão tomada em Brasília, de acordo com comunicado distribuído pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef).

A expectativa do presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindipol), Cláudio Avelar, é de que "o movimento tende a crescer, com possibilidade de levar a categoria para uma greve por tempo indeterminado", o que vai depender, em parte, da quarta rodada de negociações que os policiais federais terão com o secretário de Recursos
Humanos do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, depois de amanhã (24), às 17 horas.

Enquanto isso, a Fenapef promete garantir o atendimento dos serviços essenciais, como plantões policiais e atendimento nos portos e aeroportos, bem como manter o andamento normal das investigações deflagradas pelas recentes operações, que resultaram nas prisões de magistrados e autoridades públicas, envolvidos em esquemas de corrupção. A greve vai reduzir, porém, a movimentação de escoltas de presos para a tomada de depoimentos, e afeta também a emissão de passaportes.

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