O Movimento Nacional em Defesa das Crianças Desaparecidas no Paraná, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) do Gabinete da Presidência da República e o Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) da Polícia Civil do Paraná promoveram, em Curitiba, nesta semana, o I Treinamento Internacional em Técnicas de Projeção de Envelhecimento. Através do curso realizado no Paraná, o Brasil se torna o primeiro país a receber o treinamento para esta técnica que, atualmente, só é aplicada nos Estados Unidos.

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O Paraná foi escolhido para ser a sede do curso, porque o Sicride é tido como referência nacional de sucesso na busca de crianças desaparecidas. O encontro durou cinco dias e foi restrito para 15 artistas forenses da América do Sul, sendo dez brasileiros, dois argentinos, dois paraguaios e um chileno. O especialista norte-americano Glenn Miller, supervisor da Unidade de Imagem Forense do National Center for Missing and Exploited Children (NCMEC), foi quem desenvolveu a nova técnica e ministrou o curso para os policiais.

De acordo com a delegada do Sicride, Márcia Tavares, com o treinamento, os policiais paranaenses serão referência no assunto para os três Estados do Sul do Brasil.

Segundo o coordenador da Rede Nacional de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes desaparecidos da Presidência da República, Alexandre Reis, este treinamento significa uma mudança no sistema de investigação de desaparecidos em todo o Brasil. "A técnica nos permite ter uma imagem praticamente certeira do rosto da pessoa desaparecida. Agora, esses dez policiais treinados vão difundir os ensinamentos para profissionais de todo o Brasil", disse.

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Futuro

A projeção digital de envelhecimento (age progression) é uma técnica derivada do retrato-falado. A partir da foto da pessoa desaparecida e da dos seus pais ou familiares, é possível elaborar, com ajuda de um computador, a imagem aproximada da aparência atual, independente do tempo do desaparecimento. "Esse é um avanço essencial para facilitar a procura de pessoas desaparecidas", disse a delegada do Sicride.

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Nos Estados Unidos, esse trabalho já é aplicado há pelo menos 12 anos. Desde lá, pelo menos 550 pessoas foram localizadas com a ajuda da técnica. Em 1999, com a criação do site "Missing Kids", mantido por Glenn Miller, os casos de pessoas localizadas tiveram um aumento significativo. De acordo com Miller, o trabalho feito no Brasil pode ser considerado bom, mas, a partir de agora, com a implantação da nova técnica, os resultados deverão ser ainda melhores. "Nos EUA fazemos centenas de projeções anualmente. Quando isso começar a acontecer no Brasil, certamente o número de pessoas localizadas vai ser ainda maior", disse.