Polícia volta a interrogar presidente de Israel

A polícia israelense voltou a interrogar o presidente do país, Moshe Katsav, no âmbito de uma investigação de assédio sexual contra duas antigas empregadas. Assim como ontem, o questionamento de hoje estendeu-se por mais de cinco horas.

Micky Rosenfeld, porta-voz da polícia israelense, disse que investigadores visitarão Katsav para uma terceira rodada de interrogatório provavelmente na próxima semana. Tanto ontem quanto hoje, Katsav foi interrogado em sua residência oficial, situada em Jerusalém. A polícia israelense não divulgou detalhes.

As investigações concentram-se nas queixas de duas antigas empregadas que disseram ter sido assediadas por Katsav. Uma das mulheres acusou o presidente inclusive de receber dinheiro para conceder perdões, uma das poucas atribuições de seu cargo.

Em meio ao aprofundamento das denúncias e das investigações, vêm à tona pedidos para que Katsav renuncie – ou pelo menos se licencie do cargo. Mas o presidente avisou que não tem planos de renunciar.

Ezer Weizman, antecessor de Katsav na presidência de Israel, renunciou em 2000, pouco antes da conclusão de seu mandato, depois de a procuradoria-geral ter considerado que ele agiu inadequadamente ao aceitar mais de US$ 300.000 em presentes de um milionário francês.

Weizman não chegou a ser indiciado, mas o incidente manchou a imagem da presidência, vista em Israel como um símbolo do país e que deveria estar acima de escândalos. A atual investigação fere ainda mais a imagem presidencial. "O presidente não deve ser apenas livre dos pecados, ele precisa estar acima de qualquer suspeita", comentou o jurista Zeev Segal em coluna publicada hoje pelo jornal Haaretz.

Enquanto isso, o deputado trabalhista Yoram Marciano anunciou que começou a coletar o mínimo de 20 assinaturas necessárias para iniciar um processo de impeachment no Parlamento. "Procurei o presidente há um mês e meio e sugeri a ele que se licenciasse durante as investigações", relatou Marciano. "Uma vez que ele recusa-se a licenciar-se, o que posso fazer como parlamentar é coletar assinaturas de outros deputados e viabilizar o processo de impeachment", prosseguiu.

Marciano afirmou que mais de 20 parlamentares já prometeram assinar sua petição, que precisa ser avaliada e aprovada pela comissão de constituição e justiça do Parlamento antes de ir a plenário. Entretanto, Ruhama Abraham, uma deputada do Likud que chefia a comissão, disse que não convocará nenhuma reunião enquanto a investigação policial estiver em andamento. Apesar disso, ela também sugeriu a Katsav que se licencie por algum tempo.

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