O secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, determinou à Polícia Militar que fiscalize todos os ônibus que chegam de São Paulo no terminal rodoviário de Curitiba. O objetivo é coibir a migração de assaltantes de relógios da marca Rolex do estado vizinho. Pela determinação do secretário todos os suspeitos são cadastrados, através de foto digital e ficha com informações pessoais.
A Delegacia de Furtos e Roubos em Curitiba vai trabalhar em conjunto com a PM. "Nossas investigações e prisões comprovam que os ladrões vêm de São Paulo, passam horas na cidade fazendo o maior número de roubos possíveis e depois pegam o ônibus de volta, no mesmo dia. Agora, vamos barrá-los logo na entrada de Curitiba", disse Delazari.
Três policiais militares já foram designados para ficar na rodoferroviária de Curitiba e realizar o trabalho de cadastramento dos suspeitos, desde a semana passada. Os passageiros revistados são escolhidos com base nos estereótipos de assaltantes já presos na capital. A idéia é identificá-los um a um para que a polícia possa acompanhar suas ações na capital paranaense. "Os principais suspeitos carregam pouca bagagem e têm a passagem de volta já comprada. Quando há suspeita em relação ao destino informado pelo passageiro, uma viatura da polícia vai até o endereço indicado para fazer a verificação", explica o comandante do Policiamento da Capital (CPC), coronel Sílvio Santos de Moraes Sarmento.
Segundo o comandante, outro objetivo é desarticular as ligações de quadrilhas paulistas com criminosos que moram em Curitiba e muitas vezes servem como informantes dos ladrões de Rolex. "Acreditamos que haja informantes atuando em Curitiba, porque esses assaltantes chegam de fora já sabendo as ruas e regiões onde encontrarão pessoas com relógios caros. Pretendemos pegar não só os de São Paulo, mas também os que contribuem com a atividade criminosa aqui em Curitiba", afirma o coronel.
Investigações
De acordo com investigações da Polícia Civil, os ladrões que vêm de São Paulo são especializados em roubo de relógios Rolex, Bulgary, Cartier e Bulova e estão migrando para a capital paranaense desde o início de 2002. Também foi detectado que os assaltantes são oriundos das cidades paulistas de Francisco Morato e Franco da Rocha, onde são aliciados por grandes receptadores de relógios roubados. Após o aliciamento, os assaltantes são encaminhados à capital do Paraná em ônibus da linha São Paulo-Curitiba. O receptador chega a pagar cerca de R$ 1,5 mil por relógio roubado, revendendo depois por um preço maior que pode chegar a R$ 25 mil.
De acordo com um levantamento da Polícia Civil, 24 pessoas foram vítimas destas quadrilhas entre 2002 e 2003. Em 2004, a média de Rolex roubados registrados pela polícia foi de dois por mês. No mesmo ano, foram presos cinco assaltantes, todos vindos de São Paulo. Em 2005, foi registrado um caso de roubo de Rolex, em janeiro.