Rio (AE) – A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está abrindo, em parceira com o Ministério da Justiça, uma sindicância patrimonial permanente na corporação para investigar agentes corruptos. Policiais rodoviários com sinais de enriquecimento serão obrigados a apresentar declaração de bens. Dessa maneira, poderão ser iniciadas investigações sobre esquemas de corrupção.

A investigação em torno do ex-superintendente da PRF no Rio Francisco Carlos da Silva, o Chico Preto, foi o fio da meada que levou a Polícia Federal até uma quadrilha que sonegava impostos comercializando combustível com notas fiscais fraudulentas e distribuía propinas entre policiais e fiscais estaduais.

“Precisamos de um choque ético na corporação. Trabalhamos com denúncias em todo o País, mas a sindicância patrimonial será um elemento importante. Vamos continuar investigando e trocando informações com a PF”, disse o corregedor da PRF, Marcelo Gladson Pires. Atualmente, há 200 procedimentos disciplinares em curso na corregedoria – 40 agentes foram expulsos este ano.

Esse deve ser o destino dos policiais rodoviários presos ontem(08) no Rio. Segundo o corregedor, os processos disciplinares foram instaurados hoje. Para ele, é natural que São Paulo, Rio e Minas tenham os maiores índices de casos de corrupção, já que concentram maior efetivo. Quarenta e dois envolvidos com a máfia dos combustíveis foram presos ontem, entre eles 16 policiais rodoviários.

A cooperação entre a PF e a Corregedoria da PRF na operação Poeira no Asfalto vai continuar, para investigar agentes da PRF. Boa parte dos policiais detidos vive em condomínios de luxo. Chico Preto foi preso numa cobertura no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste. Pelo menos dois carros importados e duas motos foram apreendidos com eles.

O delegado da PF de Brasília Cláudio Nogueira, que está no Rio para coordenar a operação, disse hoje que esses bens ajudarão nas investigações sobre a máfia dos combustíveis. Hoje, houve novas diligências. A PF continua tentando cumprir 14 dos 56 mandados de prisão expedidos pelo juiz Alexandre Libonati de Abreu, da 2.ª Vara Criminal Federal.

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