A polícia recuperou hoje a tela "Preparando o Enterro na Rede", de Cândido Portinari, avaliada em R$ 2,5 milhões e roubada mês passado da Galeria Thomas Cohn, nos Jardins, zona sul de São Paulo. Um dos ladrões, Marco Antônio Alves, de 32 anos, foi preso. Ele estava foragido da Penitenciária de Álvaro de Carvalho (SP) desde agosto, quando a Justiça liberou sua saída temporária para passar o Dia dos Pais em casa. Ele tentou vender a tela por R$ 200 mil, depois por R$ 50 mil e, no fim, reduziu a oferta para R$ 20 mil.
Alves foi preso por homens da Delegacia Seccional de Taboão da Serra, graças a uma denúncia por telefone. Os investigadores foram avisados que o assaltante estaria por volta da 0h30 de hoje na Praça Nicola Vivelechio, centro de Taboão.
Abordado, Alves confessou participação no roubo e indicou o lugar onde a tela estava: uma chácara de Caucaia do Alto, em Cotia. Ele afirmou ser proprietário da chácara, mas, até o início da noite, a polícia não havia confirmado essa informação.
O assaltante afirmou ainda que foi à praça para se encontrar com um interessado em comprar a tela, mas não soube dizer o nome dessa pessoa. Alves disse que foi convidado por dois homens conhecidos como Betão e Negão para fazer um roubo, mas não sabia que seria em uma galeria de arte dos Jardins. A polícia não acreditou na versão de Alves, condenado duas vezes por roubo, uma a 6 anos e outra a 3 anos de prisão.
A galeria foi invadida por três homens às 11h20 do dia 24. Um dos ladrões bateu na porta e disse que tinha um convite para entregar ao proprietário, Thomas Cohn. O assaltante liberou então, a entrada de dois parceiros. Cohn disse que a tela não tinha seguro e pertence ao uruguaio Jorge Castillo, seu amigo de infância.