Polícia prorroga investigações sobre Chacina da Baixada

A polícia do Rio ainda não reuniu provas periciais suficientes para embasar uma denúncia contra os policiais militares suspeitos de participação na Chacina da Baixada Fluminense, em 31 de março, na qual foram mortas 29 pessoas. Por isso as investigações foram prorrogadas por mais 30 dias. A Secretaria de Segurança Pública do RJ e o Ministério Público pedirão amanhã (28) à Justiça a extensão da prisão temporária dos PMs por mais um mês.

Hoje, após reunião de trabalho com o procurador-geral de Justiça do RJ, Marfan Vieira, o secretário de Segurança, Marcelo Itagiba, disse que a decisão de prorrogar a investigação foi tomada em conjunto com o MP. Eles não quiseram informar o número de PMs que poderiam ser denunciados agora. O procurador ressaltou que o objetivo da é produzir provas consistentes de modo que os policiais não escapem da condenação.

Vieira lembrou a chacina de Vigário Geral, de 1993. "A denúncia foi feita de forma açodada para responder aos anseios da opinião pública, envolvendo mais de 50 policiais, e acabou resultando na condenação de apenas seis", afirmou. "A idéia do MP nesse episódio é oferecer uma denúncia que já seja um prenúncio de condenação." Ele espera que a denúncia seja feita formalizada em menos de um mês.

O procurador-geral é contra a federalização do crime, defendida por parentes das vítimas em Brasília, por acreditar que o trabalho da polícia do Rio está sendo bem conduzido. O inquérito da Polícia Federal sobre o caso, já concluído, será anexado ao da Polícia Civil do Estado.

Entre as provas técnicas ainda não concluídas está a perícia de um Vectra branco, localizado pela polícia na segunda-feira na casa de um sargento da PM, que teria sido usado na chacina para recolher cápsulas deflagradas pelos executores. O carro seria do cabo Marcos Siqueira, um dos suspeitos presos. Também faltam resultados de balística.

Outro carro, um Gol prata, é prova importante para incriminar o soldado Carlos Jorge Carvalho. No veículo, que é de um amigo de Carvalho mas estava com ele na noite da chacina, foram encontrados vestígios de sangue de duas das 29 vítimas da chacina. E cápsulas da mesma arma que matou pelo menos seis pessoas em Nova Iguaçu e Queimados.

Testemunhas

As provas testemunhais não são problema para a polícia: pessoas que presenciaram os crimes reconheceram sete PMs como assassinos. Os outros teriam recolhido cartuchos para dificultar as investigações.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo