São Paulo (AE) – O entra-e-sai de manifestantes, familiares e amigos não se repetiu no primeiro dia útil da prisão do ex-prefeito Paulo Maluf e do filho mais velho dele, Flávio Maluf, na Superintendência da Polícia Federal (PF) em São Paulo, na Lapa, zona oeste da capital paulista. Apenas o fiel colega de partido, Jesse Ribeiro, ex-presidente do PP, e a mulher de Flávio Maluf e também advogada, Jaqueline, estiveram no local.
Apesar das visitas de não-advogados serem admitidas somente às quintas-feiras, das 14 às 16 horas, Ribeiro, que não é advogado, esteve na cela de Paulo Maluf sábado (10) e ontem (11). "Eu pedi uma atenção especial para falar com ele", justificou. "Mas hoje, vou só na superintendência pegar informações."
Ribeiro não só visitou Paulo Maluf duas vezes como ainda falou por telefone com o ex-prefeito, o que também não seria permitido. Paulo Maluf recebeu ainda ligações ainda da mulher dele, Sylvia, sábado e ontem, e do secretário particular, Roque Carneiro. De acordo com informações obtidas entre funcionários da PF, Paulo Maluf teria de sair da cela para atender qualquer telefonema – o pavilhão da Custódia, onde está, só possui telefone fixo e não se admite a entrada de aparelhos celulares.
Os supostos privilégios a Paulo Maluf estariam sendo investigados num inquérito administrativo realizado em Brasília. Hoje, a superintendência paulista anunciou que não seriam mais permitidas as entregas de comida ao ex-prefeito, fato verificado diversas vezes no fim de semana.
Ribeiro contou que pai e filho estavam em duas salas idênticas, com cama, sofá e uma cadeira. Em ambas, assegurou, havia um banheiro simples, separado da sala por uma parede e uma porta. Funcionários do prédio, no entanto, disseram que a cela comum – o pavilhão de celas especiais está desativado – tinha apenas uma pia e um buraco no chão em substituição ao vaso sanitário, escondidos apenas por um pequeno muro de tijolos.
Por volta das 16h50, Jaqueline esteve no local. Questionada sobre o estado de seu marido e do pai dele, afirmou que os dois estão "caminhando com Deus". Segundo ela, apesar de abatidos, confiam na Justiça.