Polícia prende soldado acusado de participar de grupo de extermínio

A Secretaria da Segurança Pública, por meio de uma equipe formada pela Delegacia de Homicídios, 13.º Distrito Policial (CIC), Centro de Inteligência da Secretaria (CiSesp) e Polícia Militar, prendeu um policial militar acusado de participar de um grupo de extermínio na região de Curitiba.

O soldado Flávio Henrique Rodrigues, 26 anos, lotado no 17.º Batalhão da Polícia Militar, foi preso em uma operação sigilosa e é apontado por participar da execução de pelo menos três pessoas. A polícia ainda procura por Thiago Fernando da Silva Almeida, 23, reconhecido por uma vítima como um dos autores de disparos que mataram duas pessoas e feriram outra gravemente.

?Assumimos o compromisso com a comunidade de fazer uma limpeza nas polícias e é o que estamos realizando. Começamos com a operação Tentáculos I, depois prendemos Samir Skandar e agora este criminoso que vergonhosamente usa uma farda. Esta ação não é só para a população do Paraná, mas também para os policiais que honram a corporação de que fazem parte?, disse o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari.

A ação é um desdobramento das investigações iniciadas com a Operação Tentáculos. Na manhã desta terça-feira (20), quando Rodrigues foi preso, escondido no forro da casa de sua namorada, no bairro Boqueirão, a polícia também cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em outras residências onde o policial poderia ser encontrado.

Nas buscas, os policiais apreenderam uma granada, de uso exclusivo das Forças Armadas, um revólver calibre 38, e uma pistola 380, além de farta munição e algumas cápsulas de balas já utilizadas. Também foi apreendido um VW Gol, branco, na casa de Thiago.

Testemunha – De acordo com o delegado Luiz Alberto Cartaxo Moura, titular da Delegacia de Homicídios, as investigações sobre o grupo ganharam força com uma investigação paralela sobre o assassinato de duas pessoas e a tentativa de matar uma terceira, que sobreviveu e denunciou a ação criminosa do policial militar.

?Estas pessoas executadas supostamente roubaram o Gol de um amigo de Rodrigues, que pediu ajuda ao soldado. Por conta própria, num dia de folga, sem fazer nenhum registro da ocorrência de roubo, o policial chamou mais três homens, entre eles Thiago Almeida, para ajudarem a encontrar o carro e os assaltantes?, contou Cartaxo.

Segundo as investigações, no fim do mesmo dia do roubo do carro, o PM e os integrantes do grupo de extermínio encontraram o veículo e descobriram quem eram os assaltantes. Por volta das 21 horas, esperaram três suspeitos do assalto saírem de uma pizzaria, no bairro Pinheirinho, e começaram a perseguir o Monza, no qual eles estavam.

O veículo foi ?fechado? por um carro vermelho, onde estava o grupo que rendeu os três assaltantes. Eles foram colocados dentro do carro e levados até a estrada Campo Largo da Roseira. A cada trecho da estrada um deles era executado sumariamente.

José Eduardo da Costa Araújo e Adriano Moraes morreram na hora. Entretanto, Eliemerson Oliveira Almeida, um dos assaltantes, conseguiu sobreviver e escapar do grupo se fingindo de morto. Horas depois, ferido, Oliveira pediu ajuda ao segurança de uma empresa próxima e conseguiu chegar no Hospital Cajuru, onde pediu proteção da polícia e denunciou o caso.

Segundo o delegado, a testemunha do crime já reconheceu pessoalmente o soldado Rodrigues como um dos autores dos assassinatos. O Gol, recuperado pelo grupo de extermínio, antes das mortes, e que foi encontrado na casa de Thiago foi encaminhado para perícia. ?O fato de não terem registrado o boletim de ocorrência levantou suspeita sobre a procedência do carro. Se estivesse tudo bem com o carro eles poderiam recorrer à polícia normalmente e registrar o boletim?, disse o delegado.

As balas apreendidas foram levadas ao Instituto de Criminalística para perícia e já está comprovado que elas têm a mesma procedência que os projéteis encontrados no local dos assassinatos.

Agora, a polícia procura identificar e prender outros integrantes do grupo de extermínio. Outros crimes cometidos pela quadrilha também são investigados. ?Já descobrimos que o soldado preso responde a um Inquérito Policial Militar pelo assassinato de uma outra pessoa. Mas, neste caso, ele não passará pela Justiça Militar. Será julgado por homicídio doloso na Justiça comum?, explicou o delegado. Já Almeida, tem diversas passagens pela Delegacia do Adolescente.

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