O Grupo Tigre (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial) prendeu, na madrugada deste sábado, sete pessoas responsáveis pelo seqüestro do filho, de 27 anos, de um empresário do ramo de transportes de Joinville (SC). O trabalho foi realizado em parceria com a Polícia Civil de Santa Catarina, que prendeu, naquele Estado, mais sete pessoas envolvidas com crime e resgatou a vítima. Entre os presos, está um paraguaio procurado pela Interpol, responsável por seqüestros no Paraguai, Chile, Argentina e Brasil.
?As investigações começaram com a equipe anti-seqüestro de Florianópolis, mas quando perceberam que os seqüestradores também eram de Curitiba, nós fomos acionados para trabalharmos em conjunto?, contou o delegado do Tigre, Sílvio Rockembach.
O seqüestro começou no dia 20 de dezembro. O rapaz foi abordado por três homens ao chegar à empresa, em um bairro industrial de Joinville. Ele foi colocado no carro dos seqüestradores e levado ao cativeiro. As negociações começaram logo em seguida com a família, que imediatamente acionou a polícia.
Os seqüestradores exigiam, em princípio, 2 milhões de dólares pelo rapaz e ameaçavam entregar, em envelopes, partes do corpo dele se o dinheiro não fosse entregue. Eram enviadas também fitas feitas pelos criminosos com imagens da vítima. ?Tudo para aterrorizar a família e pressioná-la a entregar rapidamente o dinheiro?, contou o delegado.
A polícia de Santa Catarina, juntamente com a família, resolveu entregar o dinheiro nesta sexta-feira (30) e, por volta das duas horas da madrugada deste sábado (31), o valor negociado de R$ 500 mil foi entregue nas proximidades do Parque Barigüi, em Curitiba. ?Eles fizeram uma espécie de gincana para a entrega do dinheiro, com várias pistas, para que o montante chegasse em segurança?, contou o delegado Renato José Hendges, da Delegacia Anti-Seqüestro de Florianópolis.
Segundo ele, durante os 11 dias em que o rapaz foi mantido em cativeiro, diversas pessoas foram identificadas em Santa Catarina e presas. Foram sete envolvidos no crime, só no Estado vizinho. ?Investigamos a participação de mais pessoas?, disse Hendges.
O rapaz foi entregue à família, em Joinville, na seqüência da entrega do resgate. ?A partir daí, como nós já sabíamos onde era o núcleo em que os criminosos se reuniam aqui em Curitiba, para comandar o seqüestro, esperamos todos na casa. Por volta das 4h, entramos no local, recuperamos o dinheiro e os prendemos?, explicou o delegado Rockembach. A casa fica no bairro Fazendinha, na Rua Sezinando Martinho da Cruz.
Foram apreendidas, com a quadrilha, três pistolas, uma sub-metralhadora, calibre 40, e farta munição, além de celulares, do valor total do resgate e da filmadora que os seqüestradores usavam para fazer imagens da vítima e enviá-las para a família.
Interpol
Entre os presos está Idelino Ramon Silvero, 35 anos, um paraguaio procurado pela Interpol, responsável por seqüestros no seu país, Chile, Argentina e Brasil. Ele e os dois seqüestradores Jéferson Andrade da Silva, 32, e David Cerqueira Rodrigues da Silva, 22, foram resgatados da Casa de Custódia de Curitiba, num arrebatamento de 15 presos, ocorrido em 10 de setembro deste ano.
