Policiais da Delegacia Furtos e Roubos prenderam Reginaldo Apparecido de Almeida, acusado de fazer parte de uma quadrilha que aplicava o chamado "golpe do INSS", em São Paulo. Ele estava escondido há cerca de 15 dias em Pinhais, região metropolitana de Curitiba. De acordo com a polícia, Almeida teria ajudado a enganar pelo menos 100 pessoas, que pagavam de R$500 até R$25 mil na esperança de agilizar processos de aposentadoria.
Na semana passada, a 4.a Seccional Norte da Polícia Civil de São Paulo pediu ajuda à polícia paranaense, já que teria informações de que Almeida poderia estar escondido no Paraná. Depois de três dias de buscas e investigações, os policiais da Delegacia de Furtos e Roubos descobriram onde ele estava escondido.
Almeida é travesti e fazia programas sexuais na região de Curitiba, segundo o delegado Luiz Carlos de Oliveira, chefe da Divisão de Crimes contra o Patrimônio. Segundo a polícia paulista, ele é acusado de estelionato e formação em quadrilha. Almeida seria o responsável por convencer, por telefone, pessoas na iminência de se aposentarem a pagar pela agilização do processo, junto ao INSS. O companheiro de Almeida, Gleidson Vieira da Silva, está preso em São Paulo e também participaria do esquema, fazendo-se passar por advogado. Seria ele quem visitava as pessoas para pedir documentos e procurações, com o objetivo de dar entrada no suposto "processo".
Golpe
Segundo o investigador Jaime Donato Filho, que participa das investigações do caso, em São Paulo, o futuro aposentado era iludido durante meses até perceber que tudo não passava de um golpe. "Eles justificavam a demora nos tais ‘processos’ alegando a burocracia do INSS. Enquanto isso, os golpistas pediam mais documentos e dinheiro para custear supostas custas judiciais. Só meses depois, a vítima percebia que foi enganada", disse. O investigador informou ainda que policiais da 4.a Seccional Norte da Polícia Civil de São Paulo apreenderam cerca de 60 documentos originais das pessoas enganadas pela quadrilha.
A polícia de São Paulo investiga, agora, se funcionários do INSS participavam do esquema indicado os nomes de trabalhadores prestes a se aposentarem. "Por enquanto, sabemos que a quadrilha chegava a algumas vítimas por indicações de conhecidos, mas não descartamos a participação de funcionários do INSS", explicou Filho. Ao todo, seis pessoas foram identificadas como integrantes da quadrilha. Três ainda estão foragidas e outra foi indiciada em inquérito policial.