Polícia perto de desvendar sumiço de caminhoneiros

Policiais da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas do Paraná encontraram ossos humanos que podem ser de dois caminhoneiros desaparecidos desde novembro do ano passado. A ossada estava em fossas no pátio de uma empresa de produtos químicos, na Cidade Industrial, em Curitiba. A suspeita é que um ex-prestador de serviços da empresa, que também trabalhava como caminhoneiro, tenha cometido os assassinatos e queimado os corpos. Peritos do IML já certificaram que a ossada é humana e, agora, profissionais do Instituto de Criminalística farão exames de DNA para tentar identificar as vítimas.

?Suspeitamos que a ossada seja de dois caminhoneiros que desapareceram em novembro do ano passado, quando iriam transportar combustível para Cuiabá (MT). Eles desapareceram no mesmo dia em que saíram viajar e não encontramos, até agora, os caminhões?, disse o delegado titular da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas, Marcus Vinicius Michelotto.

A ossada foi achada terça-feira (15) por uma equipe da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas, no pátio da empresa Sistema Química, em duas fossas de tratamento químico. Os policiais acionaram a Polícia Científica, que recolheu os ossos. Na sexta-feira (18), o IML certificou que os ossos são humanos. ?Acreditamos que, pelo estado em que foram encontrados os ossos, os corpos tenham sido queimados junto com pneus por um longo tempo, e depois colocados em produtos químicos para ajudar a desintegrá-los?, explicou o delegado.

Presos

Ataíde dos Santos, 42 anos, e João Maria Guimarães dos Santos, 63 anos, são acusados do assalto e do desaparecimento dos caminhoneiros, e já estão presos. Agora, a polícia espera o laudo do Instituto de Criminalística com o resultado do DNA da ossada encontrada na empresa, para tentar confirmar se os restos mortais são ou não dos caminhoneiros desaparecidos. ?Ataíde fazia frete para a Indústria Química, e, de vez em quando, dormia no local. Acreditamos que ele tenha cometido o crime à noite, enquanto não havia ninguém na empresa?, disse Michelotto. No local onde a ossada estava existiam também marcas de balas. ?O que pode indicar que eles foram executados a tiros e depois queimados?,  concluiu.

Investigação

No dia dez de novembro do ano passado, os motoristas Marcílio Monteiro Alencar, 42, e José Antônio Martins, 38, saíam juntos da transportadora onde trabalhavam em Araucária, no começo da tarde, com seus caminhões bi-trem carregados de combustível, com destino a Cuiabá (MT). ?Depois de sua partida, o último contato foi no mesmo dia, por volta das 15h, com seus familiares?, disse o delegado.

O desaparecimento dos dois motoristas foi registrado no mesmo dia, na Delegacia de Vigilância e Captura, que, posteriormente, encaminhou o caso para a Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas.

Após algumas investigações, a polícia chegou a Ataíde dos Santos, que também trabalhava para a mesma transportadora das vítimas como caminhoneiro. Ataíde foi preso há cerca de um mês, em Cuiabá, acusado de matar um caminhoneiro autônomo, que trabalhava para a mesma transportadora, para roubá-lo.

?Depois, chegamos a João Maria Guimarães dos Santos, que foi preso na semana retrasada pela Delegacia de São José dos Pinhais. Juntos, eles arquitetaram o plano para roubarem os caminhões das duas vítimas?, revelou Michelotto. O delegado explicou que pediu à empresa transportadora o histórico do caminhão de Ataíde, que era rastreado por GPS. ?Ficou constatado que, no dia do desaparecimento das vítimas, Ataíde tinha ficado muito tempo dentro da empresa de  produtos químicos?.

O delegado contou que o acusado teria atraído os motoristas para um local na CIC, com a proposta de venda de pneus mais baratos para os caminhões. ?Como Ataíde era amigo deles, já sabia que estavam precisando trocar os pneus dos caminhões. Mas ao chegar no local combinado, Ataíde e João Maria roubaram os caminhões e sumiram com as vítimas?, contou o delegado.

Segundo Michelotto, os dois acusados admitem ter participado do roubo dos caminhões, mas negam ter executado as vítimas. ?Um aponta o outro como autor, o que dificultou bastante as investigações, mas agora acredito que estamos chegando ao fim da história?, concluiu o delegado.

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