O Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) abriu novo inquérito para investigar o esquema de corrupção ativa, passiva e formação de quadrilha envolvendo empresários ligados ao ramo de postos de combustíveis e fiscais. Nessa investigação, chamada Libra II, foram pedidas as prisões temporárias de seis pessoas. Os pedidos envolvem empresários de Maringá, além de um fiscal do Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (Ipem) identificado na operação Libra I.
Na quarta-feira da semana passada (16), o Nurce cumpriu seis mandados de busca e apreensão simultâneos em Maringá e Curitiba. As buscas foram realizadas em três postos de gasolina e em um escritório em Maringá e também na sede do Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (Ipem), em Curitiba. ?Ficou constatada a adulteração em dez bombas de combustíveis em postos da região de Maringá pelo Ipem. Para avançarmos nas investigações e encontrarmos mais funcionários públicos corrompidos pela quadrilha, é necessário que essas prisões temporárias aconteçam?, explicou o delegado Sergio Inácio Sirino.
Segundo o delegado, outros dois fiscais do Instituto, um deles conhecido como ?Japonês do Ipem?, estariam envolvidos no esquema. ?Além deles, sabemos do envolvimento de fiscais da Receita Estadual e de um homem conhecido como ?Almeida da ANP?, da Agência Nacional de Petróleo, que precisamos saber quem é, pois também é acusado de envolvimento no esquema?, complementou Sirino.
Durante as buscas da semana passada, foram apreendidos alguns canhotos de cartão de crédito e há indícios de sonegação de impostos. ?Esses documentos foram encaminhados para a Receita Estadual para a averiguação das irregularidades.?
Na última semana, além de seis mandados de busca e apreensão cumpridos no Ipem de Curitiba e em três postos e um escritório da rede de combustíveis em Maringá, o Ipem realizou vistorias nas bombas de quatro postos de combustíveis, num total de dezesseis bombas. Na aferição, ficaram constatadas irregularidades em dez bombas. ?Em uma delas, a fraude verificada consistia em adulterar a bomba de sucção interna para que, no tanque do consumidor, saísse ar comprimido em vez de gasolina e se registrasse a saída de combustível, gerando lucro indevido ao posto?, explicou Sirino. Segundo ele, uma bomba com essa desregulagem pode liberar até 3% de ar. ?Ou seja, em 50 litros de combustível vendidos, 1,5 litros o consumidor leva em ar?, disse.
Desde a Operação Máfia dos Combustíveis, deflagrada há cerca de dois anos, mais de 80 pessoas ligadas ao ramo de combustíveis foram indiciadas.
Operação Libra I
Na quarta-feira da semana passada (16), o Nurce deflagrou a Operação Libra I para cumprir seis mandados de busca e apreensão simultâneos em Maringá e Curitiba. As buscas aconteceram em três postos de gasolina e um escritório em Maringá e também na sede do Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (Ipem), em Curitiba.
Os mandados são conseqüência da investigação do Nurce que envolve proprietários dos postos de gasolina, pela prática reiterada de ações de crime contra a economia, formação de dumping, formação de cartel, crime contra a ordem tributária, corrupção de agentes públicos, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Segundo investigações da polícia, funcionários do Ipem e de outros órgãos públicos saberiam de algumas irregularidades cometidas, mas cobravam propina para não denunciá-las. Na ocasião, foram pedidas cinco prisões preventivas e mais duas temporárias, que ainda não foram expedidas pela Justiça.