São Paulo – O Ministério Público de São Paulo recebeu na tarde de hoje (26), da Polícia Militar e da Polícia Civil paulistas, a lista de mortos, a cópia dos boletins de ocorrência e cópias das portarias de instauração de inquérito relativas às mortes violentas ocorridas entre os dias 12 e 19 últimos, durante os conflitos no estado.
Na noite de ontem (25), o Instituto Médico Legal entregara os laudos periciais das mortes, também exigidos pelo Ministério Público.
Em entrevista coletiva, o procurador Geral de Justiça, Rodrigo Pinho, informou que "todas as informações solicitadas foram entregues". Os documentos haviam sido solicitados em portaria assinada por Pinho na segunda-feira (22), com o objetivo de investigar supostos abusos de poder cometidos por policiais civis e militares durante a repressão à onda de violência no estado.
Na próxima semana, todos os documentos serão divulgados ao público, anunciou o procurador: "O Ministério Público entende que o princípio da transparência deve prevalecer. As listas já deveriam ter sido divulgadas. Nós estamos recolhendo as informações, deixando bem claro que constam dessas listas pessoas que morreram por outras causas que não o enfrentamento com o crime organizado ou por ação de outros grupos".
Pinho informou ainda que outros órgãos, como o Ministério Público Federal e entidades de defesa de direitos humanos, poderão acompanhar as investigações. Ele ressaltou, no entanto, que a investigação é atribuição exclusiva do Ministério Público estadual. "Se outras entidades tiverem subsídios importantes para colaborar na solução desses casos, como oitiva de depoimentos, nós aceitaremos a colaboração", disse.
A partir de agora, segundo Rodrigo Pinho, o Ministério Público irá cruzar as informações cedidas pelas polícias. E cada caso de morte será apurado em um inquérito policial específico, com acompanhamento de um promotor de Justiça.