O Grupo Tigre (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial) com o auxílio da 6.ª Subdivisão de Polícia Civil de Foz do Iguaçu, da Polícia Federal e da polícia paraguaia resgatou, na noite de domingo (15), o empresário chinês que havia sido seqüestrado, em Foz do Iguaçu, na manhã de segunda-feira (9). Ele foi encontrado em uma casa alugada, no Jardim São Paulo II, periferia de Foz, onde era vigiado por dois homens e duas mulheres.
As mulheres foram presas. Os dois homens reagiram a tiros e foram baleados por policiais do Tigre. Eles não resistiram aos ferimentos. Duzentos gramas de maconha, uma pistola e um revólver calibre 38 foram apreendidos. Este foi o quarto seqüestro registrado e solucionado no Paraná neste ano mantendo o índice de 100% de sucesso do Grupo Tigre em ações contra seqüestradores.
?O Tigre existe há pouco mais de 15 anos e a cada seqüestro solucionado se confirma como um dos melhores grupos anti-seqüestro do país. Esses policiais são especialmente treinados e servem de referência inclusive para outros países?, avaliou o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, que acompanhou o caso pessoalmente.
O empresário chinês, que mora em Foz do Iguaçu, foi seqüestrado na segunda-feira (09), por volta das 11h, quando voltava da faculdade, de carro, junto com sua esposa. Quatro homens vestidos de preto, usando carteiras falsas da Polícia Federal, abordaram o casal, alegando que o empresário estaria com problemas com a polícia e seria levado para a delegacia.
A mulher do empresário foi deixada pelos seqüestradores e tentou segui-los. ?Quando os bandidos viram que o carro os seguia, pararam, tiraram a chave do carro e o celular dela e foram embora?, relatou Riad Braga Farhat, delegado-chefe do Tigre. Logo após o almoço, a família recebeu a primeira ligação pedindo resgate. No mesmo dia, o Grupo Tigre foi para a cidade e assumiu as investigações.
Tensão
?Um dos momentos de maior tensão aconteceu na quinta-feira (12), quando um jornal de Foz do Iguaçu divulgou o seqüestro e a presença do Tigre na cidade. Quando os seqüestradores leram no jornal que o Tigre estava na cidade, ligaram para a família e falaram que iriam enviar pedaços da vítima pelo correio?, contou Farhat. Segundo o delegado, a divulgação atrapalhou também as investigações, porque, além da ameaça, os seqüestradores redobraram os cuidados em suas ações, dificultando o trabalho da polícia.
Na noite de domingo, os policiais encontraram o cativeiro. A vítima foi resgatada sem ferimentos. Fernanda Albuquerque Sgarioni e sua mãe, Fernanda Célia Wilma Amarilla de Albuquerque Sgarioni foram presas. José Francisco dos Santos, 25, e Marcos Rodrigo Tilleviztz, 24, reagiram a tiros à abordagem policial e foram feridos no revide. Eles não resistiram e morreram em seguida.
Segundo o delegado, o refém ficou o tempo todo com os olhos vendados, algemado e permanecia a maior parte do tempo deitado em uma cama. ?Ele não sofreu agressões físicas e contou que os seqüestradores consumiam drogas na casa?, contou. No cativeiro, a polícia apreendeu um revólver calibre 38, uma pistola e 200 gramas de maconha. As carteiras que seriam da Polícia Federal, usadas para o seqüestro, não foram encontradas.
?Agora, prosseguimos as investigações para descobrir quem mais pode estar envolvido. Pode haver seqüestradores nos países vizinhos, já que as negociações todas foram feitas em castelhano?, concluiu Farhat. Segundo ele, o Tigre contará com o auxílio da polícia paraguaia para prosseguir nas investigações.
Santos estava foragido da Colônia e Penal Agrícola de Piraquara desde abril de 2006 e tinha antecedentes por receptação e porte ilegal de arma. Tilleviztz tinha passagem por roubo. As duas mulheres presas não tinham antecedentes criminais.