O terreno pertence ao grupo francês Saint-Gobain. Ali, a Eterbras Tec Industrial Ltda fabricava telhas e caixas d’água de amianto. A fábrica foi fechada em 1992. A Saint-Gobain é acionista da Eterbras. A empresa nega irregularidades e afirma que isolou o produto, impedindo futuras contaminações.
Segundo o delegado Marcos Castro, a área é de fácil acesso a crianças e está contaminada.
“O amianto estava num depósito aterrado, mas o óleo estava na superfície. Como o terreno está abandonado há muitos anos, as crianças entravam para pegar pipa ou brincar”, disse o delegado.
Peritos criminalistas recolheram amostras do material, na semana passada. O resultado foi positivo para contaminação.
De acordo com o delegado, que abriu inquérito hoje, a empresa não possuía licença para manter ali o amianto e o óleo combustível.
A Feema (Fundação Estadual de Engenharia de Meio Ambiente) enviou técnicos ao local e notificou a empresa para que remova o material oleoso em até 15 dias e retire em até 30 dias amostras do solo e da água oleosa na presença de peritos criminalistas.
No terreno, que estava em processo de compra pela Prefeitura do Rio, será construída uma área de lazer.
A Eterbras afirma que, da produção da fábrica, restou “um índice pequeno, entre 2% e 3% de fibras de amianto”.
Por causa disso, a empresa resolveu “limpar o terreno”.
Segundo a empresa, a empresa ERM Alpha Ltda foi contratada “para desenvolver um projeto e implantá-lo”, o que foi “aprovado pela Feema em maio de 2001”.
“A solução técnica foi o confinamento enterrado de todos os resíduos em uma área representando 21% do terreno total, isolando-se o subsolo e fazendo-se uma cobertura com terra e grama”, segundo nota da Eterbras.
De acordo com a nota, a Feema recebeu, em março de 2002, o relatório sobre o final dos trabalhos. A Fundação informou que está à procura do relatório e que notificou hoje a empresa por ter constatado, no local, as irregularidades.
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